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A aposta de pascal

Enrico NazaréAutor da publicação: Enrico Nazaré

A Aposta de Pascal

2 comentários:

o cara é bom, o tal do dawkins. eu desconfio dele, porque ele é contra os antropólogos relativistas e eu simpatizo com eles hahaha mas deixemos isso de lado.

uma vez eu vi uma frase atribuída ao vinicius de moraes (ou a algum famoso irreverente não importa muito) que era assim: e se você encontrar deus e ele te perguntar "por que não acreditou em mim?" e o famoso respondeu: eu diria a ele "desculpa, mas é que lá embaixo tava difícil de acreditar. "

Põe difícil nisso. Com relação aos antropólogos relativistas, penso como o Dawkins, e costumo dizer que o relativismo não deve ser absoluto. Corremos o risco de, por pudores politicamente corretos, perder parte de nosso senso crítico e nos tornar coniventes com atrocidades (veja o caso da excisão de clitóris em alguns países africanos). O relativismo foi um grande passo para abrir nossa mente a outras formas de raciocínio e para quebrar uma certa "arrogância ocidental", mas simplesmente não dá para colocar ciência e ocultismo no mesmo nível quando se trata de busca pelo conhecimento.

Webfólio – Ensino da Filosofia

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A Aposta de Blaise Pascal: Fideísta moderado

A Aposta de Blaise Pascal: Fideísta moderado

1. RELAÇÃO ENTRE A FÉ E A RAZÃO: SERÁ LEGITIMO TER FÉ OU CRENÇA EM DEUS?

Qual é a relação entre a razão e a fé? Será que faz sentido seguir a fé e acreditar em Deus, mesmo que não existam provas relacionais em seu favor? O que devemos seguir em assuntos religiosos: razão ou fé?

Fideísmo: posição segundo a qual se defende a supremacia da fé em relação à razão.

2. RESPOSTA NEGATIVA: BLAISE PASCAL (1623-1662) – FIDEÍSTA MODERADO: é melhor acreditar do que não acreditar.

Segundo Pascal, os nossos métodos de justificação racional, através de argumentos ou provas, são insuficientes para justificar a crença em Deus: apenas podemos “conhecer” Deus pela fé. Porém, a razão não está em conflito com o a fé, mas em assuntos religiosos, em que a razão não nos pode ajudar, devemos seguir a fé. Portanto, para Pascal é legítimo acreditar que Deus existe, apesar de não haver provas conclusivas a seu favor.

A aposta de pascal é um argumento indirecto a favor da existência de Deus:

Texto – Pensamentos:

SÍNTESE – É LEGÍTIMO ACREDITAR QUE DEUS EXISTE

A aposta de pascal

The context in which Blaise Pascal used to be studied was the claiming for faith and the heart before a cartesian reason that deprives all the knowledge from cognoscitive value that is not founded in itself only. From that perspective, Pascal`s work especially Pensées, would not be the result from a.

Citação:Ferreira, Rildo da Luz. Caminhos para Deus: a razão e o coração segundo Blaise Pascal. 2012. 212 f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Religião) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2012.
Resumo Português:O contexto no qual freqüentemente se estudava Blaise Pascal era o da reivindicação da fé e do coração perante uma razão cartesiana que desqualificava o valor cognoscitivo de todo saber que não estivesse fundado unicamente sobre o soberano altar da razão suficiente. A partir desta perspectiva, a obra de Pascal, especialmente os Pensamentos, não seria senão fruto de um mais ou menos marcado fideísmo. Neste contexto de interpretação, o argumento da aposta era compreendido como um claro sinal da convicção pascaliana da impossibilidade da razão humana para conhecer a Deus. O único caminho para chegar a Deus seria o da fé que Ele mesmo oferece. E o modo de superar a distância infinita que nos separa do Ser infinito e sem partes seria a aposta, na qual o apostador, para conseguir essa fé que se busca, se arriscaria a perder tudo o que tem em vista de um bem infinitamente superior, que é Deus mesmo e uma eternidade de vida feliz. Todavia, a hipótese que buscamos sustentar nesta pesquisa pretende mostrar que a aposta pascaliana só pode ser entendida a partir de uma perspectiva na qual fé e razão se dirigem para uma mesma verdade: não só não se contrapõem, como o Deus ao qual tendem uma e outra é o mesmo. A razão cujos limites Pascal sublinha os limites é a mesma razão que opera nas matemáticas e nas ciências experimentais. O argumento de Pascal se encontra no âmbito do coração, pois é ele que permite ao apostador perceber que apostar na existência de Deus, decidir-se a seguir seus mandamentos e rogar-lhe fervorosamente o dom da fé é algo raisonnable, não contrário aos princípios fundamentais intuídos pela luz natural da inteligência
Resumo inglês:The context in which Blaise Pascal used to be studied was the claiming for faith and the heart before a cartesian reason that deprives all the knowledge from cognoscitive value that is not founded in itself only. From that perspective, Pascal`s work especially Pensées, would not be the result from a sort of marked fideism. In this context of interpretation, the wager argument was understood as a clear sign of Pascalian conviction of the impossibility of human reason to know Good. The only way to reach God would be the faith that God himself offers. The way to overcome the infinite distance that separates us from the infinite and unshared Being would be the wager in which the man in order to achieve such faith would risk everything he has considered an infinitely higher asset that is God himself and an eternity of a happy life. However, the hypothesis that we support in this research aims to show that pascalian wager can only be understood from a perspective in which reason and faith are directed toward the same truth: they do not oppose each other, but they claim and tend to the same God. The reason whose limits Pascal underlines is the same reason that operates on mathematics and experimental sciences. Pascal s argument is in the realm of the heart because it is the heart itself that allows the bettor to realize that betting in God s existence, deciding to follow His commandments and vehemently begging Him for the gift of faith is something raisonnable, not contrary to the fundamental principles apprehended by the natural light of intelligence

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#298 A Aposta de Pascal

#298 A Aposta de Pascal

Eu sou estudate de biologia molecular na Universidade do Maine, em Augusta. Eu sou um católico romano que adora assistir aos vídeos de seus debates com ateus – admiro a sua eloqüência e capacidade argumentativa. Que eu saiba, você nunca invocou a aposta de pascal como um argumento para a crença em Deus, mas eu tenho visto ela sendo usado por outros cristãos que, aparentemente, acreditam que esse argumento é um golpe mortal contra o ateísmo. Eu, pessoalmente, tenho uma visão mais cética e gostaria de saber se você poderia comentar os seguintes pontos:

Primeiro, como é que sabemos em que Deus acreditar? A existência de milhares de Deuses já foi postulada e parece que a probabilidade de escolhermos o correto é bem pequena. Além disso, se, como eu já ouvi, Deus – qualquer um deles – compreende a nossa crença equivocada e, apesar de termos escolhido o Deus "errado," não nos julga com base em nossa crença equivocada, mas em nosso esforço honesto de descobrir a verdade, por que Deus não compreenderia um ateu que, após uma busca honesta, conclui que Deus não existe? Parece-me que não existe distinção significativa entre, de um lado, escolher o Deus errado, mas ao menos acreditar em algo, e, do outro, escolher o Deus errado, mas não acreditar em nada.

Em segundo lugar, o argumento é geralmente elaborado como se não houvesse nenhum custo em se acreditar em Deus quando Deus, de fato, não existe: que o erro não te custou nada na vida. Mas, certamente, o tempo gasto em oração desnecessária, o esforço de fazer de tudo para ser bom, a abstinência de atividades prazerosas que são consideradas pecaminosas, a contribuição financeira para organizações religiosas, etc, é um preço considerável a se pagar. Assim, não há um cálculo probabilístico a ser feito para comparar o custo-benefício da descrença quando se está errado (isto é, Deus, de fato, existe) e o custo-benefício do alinhamento do comportamento de uma pessoa com a "vontade de Deus" caso Deus não exista? E, se tal cálculo é necessário, então argumentos para a existência de Deus devem ser considerados para determinar a probabilidade; e, assim, a aposta de pascal não poderia funcionar como um argumento autônomo, mas exigiria outros argumentos teístas.

Muito obrigado por responder à minha pergunta e pelo excelente trabalho que você faz. Deus te abençoe.

Dr. Craig responde

Liam, eu trato da aposta de pascal no capítulo sobre "Epistemologia Religiosa" em Filosofia e Cosmovisão Cristã. Para aqueles que não estão familiarizados com o argumento de Pascal, eu vou resumi-lo brevemente. Pascal argumentou, com efeito, que a crença em Deus é justificada pragmaticamente porque não temos nada a perder e tudo a ganhar com essa crença.

Embora a aposta de pascal possa ser formulada de várias maneiras, uma maneira de entendê-la é através da construção de uma matriz de pay-off exibindo os benefícios esperados de suas escolhas em relação à verdade da crença de que Deus existe:

Na Aposta de Pascal, presume-se que os estados (I) e (II) têm a mesma probabilidade (as evidências a favor e contra a existência de Deus têm exatamente o mesmo peso). Portanto, a decisão de acreditar ou não acreditar tem de ser feita de forma pragmática. Pascal raciocina que, se eu acredito que Deus existe, e Ele de fato existe, então eu obtenho um lugar no céu, com o pequeno sacrifício de abrir mão dos prazeres do pecado por algum tempo. Se eu acredito, mas Deus não existe, então eu não ganhei nada e sofri a perda finita dos prazeres do pecado dos quais eu abri mão. Por outro lado, se eu não creio e Deus existe de fato, então eu ganhei os prazeres do pecado por algum tempo à custa de perder a vida eterna. Se eu não acreditar e Deus não existir, então eu tenho o ganho finito dos prazeres proporcionados pelo meu estilo de vida libertino. Assim, a crença em Deus é, pragmaticamente, a melhor escolha.

Agora, eu acho que você pode ver que Pascal formulou o argumento de tal forma a atender às preocupações da sua segunda objeção. Ele admite que, se Deus não existe, há alguma perda finita como resultado da crença. Ele também pressupõe que as evidências a favor e contra a existência de Deus são iguais. Pascal está pressupondo que não há bons argumentos para a existência de Deus, mas, do mesmo modo, que não há bons argumentos contra a existência de Deus. Assim, a probabilidade de que Deus exista é tida como sendo 50/50. Eu suspeito que Pascal também diria que aqueles que apostam contra Deus assim o fazem por dureza de coração e desinteresse nas coisas espirituais e, por isso, não há desculpa para a sua incredulidade.

Na verdade, é a primeira objeção à aposta de pascal que você mencionou que é a objeção séria: a chamada objeção dos "muitos deuses." Um muçulmano poderia criar uma matriz de pay-off semelhante para a crença em Allah. Um mórmon poderia fazer a mesma coisa para o seu deus. Em outras palavras, o estado (II) Deus não existe é, na verdade, uma disjunção indefinidamente complexa de várias divindades que podem existir se o Deus cristão não existe. Assim, a escolha não é tão simples, porque, se eu acreditar que o Deus cristão existe, mas, na verdade, Allah existir, então eu sofrerei perda infinita no inferno pelo meu pecado de associar algo (Cristo) com Deus.

Há duas respostas possíveis a essa objeção. Primeiro, num contexto de decisão teórica, somos justificados em ignorar os estados que têm uma probabilidade remotamente pequena de obtenção. Assim, eu não preciso me preocupar com a possibilidade de que, digamos, Zeus ou Odin possam existir. Se a chance dessas outras divindades existirem é desprezível, então eu estaria justificado em criar uma matriz de payoff, segundo a qual a chance de existência do Deus cristão é considerada como sendo de aproximadamente 50/50. A escolha é, efetivamente, entre o cristianismo e o ateísmo.

Em segundo lugar, poderíamos tentar limitar as opções disponíveis às duas à mão ou a um número manejável de alternativas. Essa pode ter sido a estratégia do próprio Pascal. A Aposta é um fragmento de uma Apologia para o teísmo cristão maior e inacabada, interrompida pela morte prematura de Pascal. Quando olhamos para outros fragmentos desse trabalho, descobrimos que, apesar de Pascal desprezar os argumentos filosóficos para a existência de Deus, ele abraçou com entusiasmo as evidências cristãs, tais como a evidência para a ressurreição de Cristo. Pode ser que ele tenha pensado que, com base em tais evidências, as opções disponíveis poderiam ser reduzidas ao teísmo cristão e o naturalismo. Se as alternativas podem ser reduzidas dessa forma, então a aposta de pascal é bem sucedida.



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