Apostador profissional futebol
Em 2020, o prêmio milionário da Mega da Virada foi o maior da história das Loterias Caixa
Dois advogados da Bahia protocolaram uma ação popular na Justiça Federal de São Paulo em que pedem que a Caixa Econômica Federal respeite o Código de Defesa do Consumidor e notifique o vencedor da Mega da Virada que não foi buscar o prêmio.
A data-limite para saque dos R$ 162 milhões foi quarta-feira (31/3). Como o vencedor não foi buscar o dinheiro, a Caixa informou que fará o repasse para o Fundo de Financiamento do Ensino Superior (FIES).
A ação também pede a suspensão dessa transferência. Ao Metrópoles, o advogado Cleiton Confessor afirmou que o banco está desrespeitando o Código de Defesa do Consumidor, ao violar o princípio da lealdade e não observar a boa-fé.
Mais sobre o assunto
O profissional destaca que a própria Caixa reconhece que o bilhete premiado foi pago com cartão de crédito, por meio online. “Ela tem como identificar o vencedor”, enfatiza.
Para o advogado que assina a ação, o dinheiro não poderia ser liberado para o Fies sem que o vencedor fosse localizado.
A Caixa, por outro lado, tem alegado que os dados do apostador não são registrados e que há uma lei que garante sigilo. O advogado, no entanto, diz que não se confunde sigilo com notificação. “Não tem que informar o ganhador, mas notificá-lo”, ressalta.
Com crescente número de mortos vítimas da Covid-19 em São Paulo, estado do bilhete premiado, o advogado afirma que não pode ser descartada a possibilidade de que o vencedor tenha morrido. E, neste caso, de acordo com ele, os herdeiros teriam direito ao prêmio.
O Procon de São Paulo também pediu explicações à Caixa sobre o motivo de não ter localizado o vencedor. De acordo com a Caixa, uma das regras do jogo é que apostador reclame o pagamento.
Ganha mais fora do campo do que o melhor jogador de futebol

Paulo Rebelo é o maior apostador profissional português, mas o nosso campeonato pouco lhe interessa quando comparado com as ligas espanhola e inglesa. Criou uma comunidade na Net com quem partilha o saber e aumenta o peso na gigantesca casa de apostas britânica Betfair. Da qual foi nomeado embaixador
O encontro com o apostador profissional Paulo Rebelo realizou-se em Londres. No bairro de Hammersmith, à beira do rio Tamisa, onde Paulo Rebelo chega atrasado porque nunca esteve no prédio da agência de apostas Betfair e o GPS do Audi R8 indicava-lhe a proximidade mas não identificava o prédio muito discreto, apesar de por ali passarem transações comerciais que superam o valor do PIB de muitos países.
Era a primeira vez que Rebelo estava no edifício, mesmo tendo escolhido a plataforma online desta casa de apostas já há algum tempo. No fim da conversa com o DN, o apostador português foi convidado a ficar mais algum tempo para ser filmado e fotografado pelos serviços da própria casa de apostas. É que Paulo Rebelo foi nomeado embaixador da Betfair para Portugal e é preciso dar notícia desse novo estatuto no site.
Futebol. A rede de apostas da Malásia, os intermediários, as mensagens por WhatsApp e as notas de 500 euros

A manipulação de resultados de jogos da II Liga a troco de alegados subornos de apostadores malaios é a base da acusação da Operação Jogo Duplo. Mas é nos detalhes que o MP diz que se esconde o crime.
Imagine um jogo da II Liga portuguesa com apenas 619 espectadores no estádio e sem transmissão televisiva. Um encontro que terá no dia seguinte quando muito um quadradinho de notícia nos jornais desportivos. Acredita que um jogo desses pode prender a atenção de alguém que está na Ásia? Provavelmente, não.
Mas é o que acontece todos os fins de semana com os jogos da competição profissional secundária do futebol português (e provavelmente com outros de outras divisões). E porquê? Por causa das apostas desportivas em plataformas online lideradas por redes de investidores asiáticos, nomeadamente da Malásia (há suspeitas também ligadas à China). Eles tentam alegadamente subornar jogadores envolvidos nos jogos alvos de apostas — uma atividade criminosa que movimenta muitos milhões de euros em todo o mundo.
Um número para contextualizar melhor a questão: só numa jornada da II Liga portuguesa são movimentados oficialmente cerca de cinco milhões de euros em apostas online. Se multiplicarmos este valor pelas 42 jornadas que, neste momento, que constituem a prova que dá aceso à Liga principal, estaremos a falar de um movimento anual de cerca de 210 milhões de euros. Já cada jornada da I Liga leva a um investimento de 32 milhões de euros nos sites das casas de apostas e um movimento total anual de cerca de mil milhões de euros. Conquistamos a sua atenção sobre a relevância deste caso? E, é preciso frisá-lo, estamos apenas a falar nas apostas em casas a operar legalmente m Portugal, onde o jogo só foi legalizado há pouco mais de um ano. Depois é possível fazê-lo noutros países e noutras casas de apostas. Ou seja, milhões e milhões de euros a circular.
Um caso concreto decorrente da primeira acusação por apostas ilegais em Portugal, a operação Jogo Duplo, conhecida sexta-feira passada: só num dos jogos da II Liga, os jogadores podiam receber até 40 mil euros para manipularem o resultado do jogo de acordo com a aposta dos investidores malaios, a rede investigada neste caso.
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Se não é perito no assunto, é melhor pensar nos pormenores: neste tipo de apostas não se joga apenas no resultado de um jogo, ou seja se vai ser uma vitória, um empate ou uma derrota. Há também apostas no resultado em concreto, no número de golos, no virar de um resultado, nos marcadores, no número de penálties e até em cantos. Ou seja, imagine que num jogo em que uma equipa é claramente favorita e até está a ganhar ao intervalo, aposta que os mais fracos não só vão ganhar, como vão marcar três golos… recebe milhares; ou que há um penálti a favor dos mais fracos, cometido por um defesa dos favoritos: mais milhares no bolso; ou até que um jogador é expulso, ou que o resultado vai ser um pouco provável 7-1, tudo isto vale muito, mas muito dinheiro.
Voltando a este caso em concreto. Ele envolve intermediários portugueses, alguns deles ligados à claque dos Super Dragões, uma dessas redes de apostadores e futebolistas que alegadamente manipulavam os resultados dos jogos combinando os supostos subornos pelos chats do WhatsApp e do Facebook — alguns dele com nomes sugestivos como “Uber de Caneças” e ilustrados com imagens de notas de 500 euros, a nota preferida da alegada rede criminosa. Problema: ficou tudo escrito e guardado nos telemóveis dos suspeitos.
Estes são os ingredientes da Operação Jogo Duplo que deu lugar à acusação formal da 9.ª seçcão do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa por crimes de corrupção desportiva e apostas ilícitas contra 28 jogadores, treinadores e dirigentes. Cinco deles foram mesmo acusados do crime de associação criminosa — uma imputação especialmente grave por pressupor a criação de um alegado grupo estruturado com uma intenção criminosa.
Os acusados terão agora a oportunidade de contestar os termos da acusação do DIAP de Lisboa, requerendo a abertura de instrução. Nelson Sousa, advogado de dois dos três arguidos detidos, apresentou inclusive um pedido de habeas corpus no Supremo Tribunal de Justiça para a libertação imediata dos seus clientes. Sousa alega que os seus clientes estão presos ilegalmente, pois a acusação terá sido produzida fora do prazo legal a que o Ministério Público estava obrigado.
Mas mais que uma simples acusação, o diabo está nos detalhes que revelam a anatomia de um crime cada vez mais frequente.
Um ex-campeão do mundo, um ex-futebolista do Sporting e um treinador

Em causa estão 10 jogos da II Liga, entre clubes da segunda metade da tabela que lutam para não descer de divisão, sendo que os jogos do Oriental e da Oliveirense foram os alvos preferidos dos intermediários da rede da Malásia. Em média, um jogador da II Liga podia receber da rede de apostadores profissionais uma média de 5.000 euros por jogo — um valor significativo quando os salários mensais dos clubes pequenos da II Liga são claramente inferiores a esse valor.
Há, contudo, um jogo que acaba por ser paradigmático de toda acusação: o Oriental-Leixões, realizado a 24 de abril de 2015. Um jogo decisivo para o Oriental que lutava para não descer de divisão e onde chegaram a estar envolvidos, em alegados subornos, quantias superiores a 80 mil euros.
As quantias viriam não só do grupo de investidores da Malásia, como alegadamente do próprio Leixões — clube que também estava a lutar para não descer de divisão.
Tudo começou quando um ex-jogador do Académico de Viseu, Tiago Costa, ofereceu cerca de 40 mil euros a um grupo de jogadores do Oriental para manipularem o resultado do jogo com o Leixões. A primeira proposta terá nascido precisamente da vontade de pessoas ligadas ao clube de Matosinhos e foi discutida num grupo do WhatsApp chamado “Uber Caneças” e do qual faziam parte os futebolistas João Pedro Carvalho, Hugo Grilo e Tiago Mota. Adeptos da aplicação que permite a troca de mensagens e chamadas telefónicas encriptadas, estes três jogadores do Oriental partilhavam boleias entre si — daí o nome que deram ao seu grupo de conversação. De acordo com a acusação do procurador Hugo Neto consultada pelo Observador, Hugo Grilo e Tiago Mota foram informados da proposta através de Carvalho, tendo chegado a debater os três a divisão do dinheiro: 15 mil euros para Grilo e Mota (que deveriam jogar) e 10 mil para João Pedro que, apesar de não jogar por castigo, teria liderado os contactos com os alegados corruptores.
Carvalho já não era novo nessas andanças. Desde o início da época que vinha sendo aliciado por outro Tiago, de apelido Rosa e ex-jogador do Oriental. A partir do momento em que a posição classificativa do clube de Lisboa se agravou, Rosa pressionou. Tratando Carvalho como ‘mano’, o ex-futebolista argumentou que os jogadores do Oriental tinham de começar a olhar para si, em vez de se preocuparem com um clube que estaria irremediavelmente despromovido em breve.
Voltando ao Oriental-Leixões. Havia, contudo, um problema: Hugo Grilo e Tiago Mota não queriam que os seus nomes fossem conhecidos. Isto é, não queriam ‘dar a cara’.
Ora essa é uma prática instalada no mundo das apostas ilegais — que os clubes alegadamente corruptores terão apreendido: os jogadores têm de ‘dar a cara’ pela aposta e comprometer-se com o resultado combinado. No caso da rede de apostadores da Malásia, estes só avançariam depois de os jogadores se comprometerem em vídeochamadas, através do Skype, com o resultado desejados pelos investidores.
Hugo Grilo e Tiago Mota, contudo, não queriam que a sua identidade fosse conhecida — muito menos por pessoas do Leixões Resultado: a operação foi abortada.
Grupo luso-malaio entra em ação
Perante a nega ao Leixões, entrou em campo o chamado grupo guso-Malaiom. Eis a sua constituição:
- Carlos Silva, “Aranha” – membro dos Super Dragões, principal claque do FC Porto, e jogador do Canelas 2010, o clube da Associação de Futebol do Porto liderado pelo líder da claque, Fernando Madureira, e conhecido por actos de violência em campo. Foi um dos arguidos que ficou preso preventivamente aquando da investigação Operação Jogo Duplo em 2016. Ainda se encontra em prisão domiciliária;
- Rui Dolores – ex-jogador de futebol profissional do Beira-Mar, Boavista, Académico de Viseu, Boavista, Paços de Ferreira. Jogou também no Chipre;
- Gustavo Oliveira – ex-jogador de equipas amadoras do distrito de Aveiro, como o Bustelo, Sanjoanense e Mansores;
- E os cidadãos malaios Yap Thong Leong, Lim Gin Seng (apelido ‘Tony’) e Chun Keng Hong (conhecido como ‘Michael’ ou ‘Mike’ e ex-jogadores de futebol).
Para manipular o jogo Oriental-Leixões, o grupo luso-malaio terá recorrido alegadamente a duas vias:
- utilizar como intermediário Abel Silva o ex-jogador do Benfica e do Marítimo que ficou conhecido por marcar o primeiro golo da vitória de Portugal na final do Mundial de Sub-20 de 1989, Riade, em que Portugal se sagrou campeão do mundo;
- e alegadamente aliciar diretamente os jogadores do Oriental.
Abel Silva, de acordo com a acusação, terá recebido cerca de 30 mil euros das mãos de Gustavo Oliveira na casa-de-banho do Hotel Tryp, na zona da Expo, em Lisboa. Antes dessa entrega, o campeão do mundo em 1989 terá acordado com Carlos Silva “Aranha” aliciar jogadores Oriental para que este clube perdesse por 3-0 com o Leixões.
Façamos mais uma vez um pequeno tutorial sobre o mundo das apostas desportivas online. Eis alguns conceitos básicos:
- Inspiradas nas casas de apostas britânicas (como a Ladbrokes ou a William Hill), os sites aceitam apostas antes do jogo iniciar (pré-match betting) ou no decurso do jogo (live betting);
- O jogador pode apostar em diversos itens, como o vencedor do jogo, o resultado exacto, o número total de golos marcados (acima ou abaixo de determinado valor), o marcador dos mesmos, entre outras hipóteses;
- No momento da aposta, a casa de apostas atribuiu uma odd (probabilidade) que corresponde ao valor que o site paga por cada euro investido.
- Um exemplo que é dado na acusação do MP: uma aposta num jogo entre a equipa A (cuja vitória cale 1.65) e a equipa B (em que a vitória vale 2.55), significa que, no caso da primeira equipa ganhar, o apostador vai ganhar 0,65 cêntimos por cada euro investido. Isto é, 65% de lucro bruto face ao valor investido. Uma remuneração muito acima dos juros bancários pagos pelas poupanças dos clientes.
- Quando é que surgem problemas? Quando há apostas num montante significativo num resultado improvável. Exemplo: Uma vitória de determinada equipa por seis golos ou uma aposta durante o jogo numa reviravolta da equipa que está a perder. É nestes casos que existem suspeitas sobre match-fixing — um anglicismo que tem o mesmo significado do conceito português “jogo combinado”.
- Diz o MP que, nos casos match-fixing, não estamos a falar de “apostadores isolados”, mas sim de “organizações criminosas com elevada capacidade económica e com elementos posicionados junto dos vários campeonatos, equipas e jogadores, os quais são aliciados para a viciação de determinados jogos”.
Mais duas informações úteis sobre o mundo das apostas desportivas:
- Os jogos da II Liga (que em Portugal quer noutros países como Itália ou Espanha), por não terem transmissão televisiva ou cobertura mediática como a I Liga, tornam-se apeteceis pela sua ‘discrição’ e, às vezes, ausência de escrutínio;
- Os guarda-redes e os defesas são, por regra, os jogadores mais aliciados pelos apostadores., pois são aqueles que podem facilitar mais a marcação de golos.
Federação Paulista de Futebol interdita o estádio Palma Travassos

Casa do Comercial fica vetada de receber jogos
Redação Publicado em 08/04/2021, às 17h23
Mesmo com a Série A3 paralisada, o Comercial recebeu uma notícia negativa nesta semana. O estádio Palma Travassos foi vetado de receber partidas organizadas pela Federação Paulista de Futebol.
A interdição do campo comercialino ocorre devido à falta de entrega do laudo de segurança com o status de aprovado ou aprovado com restrições. O estádio só poderá receber jogos novamente após o clube enviar o documento, a federação analisar a infraestrutura e consequentemente ser liberado.
É a segunda vez que o Bafo tem o estádio vetado. Antes do início da competição estadual, o clube de Ribeirão Preto foi o último a ter a sua sede liberada para o torneio. O motivo também foi a documentação do laudo de segurança.
Gramado também preocupa
Mesmo não sendo a razão para a interdição, o gramado do Palma Travassos é um dos piores da competição, devido aos seus buracos.
Assim está o gramado do Palma Travassos, em Ribeirão Preto pic.twitter/otyBD937YE
Confira a nota da FPF
CRISTINA ABREU, Diretora do Departamento de Competições da Federação Paulista de Futebol, no uso das atribuições legais e regimentares,
Que o ESTÁDIO DR. FRANCISCO DE PALMA TRAVASSOS, da cidade de RIBEIRÃO PRETO, está VETADO PARA JOGOS para qualquer evento esportivo profissional e amador, organizado por esta Federação, devido à falta de entrega do Laudo de Segurança com status de APROVADO ou APROVADO COM RESTRIÇÕES.
Esta Portaria entra em vigor na presente data, revogadas as disposições em contrário.
Para que o Estádio possa ser LIBERADO PARA JOGOS, se faz necessário que o Clube envie o documento em questão, e após análise do setor de infraestrutura de estádios, estando o documento dentro do Padrão da Portaria Nº290 de 27/10/2015 e com as informações necessárias, o Estádio estará apto para a realização dos eventos esportivos organizado por esta Federação.
Eng. Luis Fernando Paiva Vella
Infraestrutura de Estádios
Cristina Abreu
Diretora de Competições