Apostas certas futebol
Já faz tempo que o termo loot box entrou no vocabulário de jogadores ao redor do mundo, afinal, o investimento financeiro em troca de uma “surpresa” é uma lógica aplicada há décadas para enganar apostadores de plantão. Porém, por algum motivo, muita gente ainda tem dificuldade em conectar estes pontos e não vê como há uma forte associação entre jogos eletrônicos e jogos de azar. Fato é que loot boxes renderam aproximadamente R$ 85 bilhões somente no ano passado – e só tendem a aumentar essa renda.
Nas últimas semanas, loot boxes voltaram a roubar os holofotes (inter)nacionais com estudos e processos que prometem afetar a indústria de jogos e, por consequência, abalar também os jogadores. Nesta publicação te explicamos como estes “inocentes” baús premiados movimentam o mercado e por que este modelo de apostas provavelmente continuará a existir.
O que são loot boxes?
Loot boxes são caixas virtuais com itens diversos que você adquire pela própria moeda de um jogo ou investindo dinheiro real. Estes itens geralmente são cosméticos (roupas, pinturas e texturas) ou podem ser mais práticos, afetando sua experiência do game de maneira direta. O termo em inglês loot tem geralmente sua tradução dentro de jogos como “saque”, por falta de equivalência mais fiel ao que seriam os bens virtuais de um game rentável.
Elas estão presentes em títulos de basicamente todos os gêneros, de RPG à corrida, mas grande parte do que mais “seduz” aqueles que adquirem as caixas é o fator social de jogos multiplayer. Um personagem pode fazer uma dança brincalhona ou matar seus inimigos com uma arma brilhante e, dentro do game, isso é nada menos que um símbolo de status.
Modelos de transação (que só te enganam)

Em rápida recapitulação sobre a monetização de jogos em si, grande parte da responsabilidade dos lucros está nos conteúdos adicionais ao game principal. Mapas, personagens, trajes ou missões extras podem ser adquiridas por um certo valor, compradas pela mesma loja que te vendeu o jogo. Antes tínhamos a mídia física para PC e, na última década, vimos o crescimento das lojas virtuais. Fora isso, nada mudou.
O próprio The Sims é um exemplo de como um jogo single player pode render tanto, por tanto tempo. Caso você queira adquirir todos os pacotes adicionais lançados para o último da franquia, The Sims 4 (de 2014), é necessário desembolsar nada menos que R$ 3.100. As expansões de hoje também custam o equivalente ao próprio jogo principal, mesmo que sejam menos trabalhosas ao estúdio desenvolvedor do que criar e divulgar um game completo.
Por anos, os jogos da franquia Call of Duty aplicaram a lógica de loot boxes e de passes de batalha para lucrar com os lançamentos anuais (Reprodução/PS Store)
Avançando na linha do tempo, vemos o crescimento dos chamados “DLCs” (conteúdos baixáveis, em tradução livre) na geração do PlayStation 3 e Xbox 360. A conexão com internet e lojas virtuais das fabricantes dos consoles facilitaram e popularizaram o sistema. Outra que logo surgiu foi a de “passes de temporada”, onde uma assinatura opcional desbloqueia itens a longo prazo, geralmente após certas metas cumpridas (como nível de experiência ou progresso no multiplayer), da forma que vemos nos jogos da franquia Call of Duty.
Do lado dos PCs, temos o modelo de assinaturas de jogo, como em World of Warcraft. Por mês, você pode chegar a gastar R$ 32. Há ainda opções com “valores de tempo de jogo não-recorrente”, onde o jogo te custará uma média similar, de 1 real por dia de tempo dentro do game. Então você basicamente não precisa investir R$100 ou R$200 em um jogo para aproveitar quando quiser, mas deve assiná-lo caso queira jogar.
Trajes e itens coloridos seduzem jogadores de Fortnite (Reprodução; FortniteGameNews)
Chegando então às loot boxes temos outro tipo de gastos dentro do game: as microtransações. Com dinheiro real, geralmente um investimento pequeno, você consegue objetos que mudam sua aparência (como dissemos, os “cosméticos”) e isso reflete diretamente na sua percepção do personagem e daquele universo. Caso seja um jogo multiplayer, a história só piora. Com isso, começamos a pincelar o impacto psicológico de gastos adicionais em prol de melhor aceitação social.
Por fim, é inegável que o investimento de dinheiro real para itens cosméticos funciona melhor naqueles onde a personalização do personagem está intrínseca à jogabilidade, como em Fortnite, porém, certos jogos alinham os gastos a itens que impactam em sua performance. Aí surge a classificação de “pay to win“, onde você literalmente “paga para ganhar” partidas com mais facilidade.
Jogos que “dependem” de loot boxes

Diretamente relacionado aos últimos sistemas citados, vemos as loot boxes, que aplicam microtransações, cosméticos e a lógica do pay to win para lucrar em uma mecânica de apostas. Uma afirmação comum dentre a comunidade gamer é que ninguém menos que FIFA 09 (de 2008) foi o primeiro jogo a aplicar e popularizar as loot boxes como conhecemos, com o modo Ultimate Team. Bastava abrir um pacote de “cartas” com jogadores, esperar pela vinda dos melhores e apostar novamente.
Quanto melhores os itens adquiridos, mais fácil era de ganhar, e isso logo ficou claro para a desenvolvedora EA. Em pouco tempo, outros jogos de esporte abraçaram esta lógica. Com isso, as mesmas desenvolvedoras dos esportivos arrumaram maneiras de adaptar a prática a outros gêneros e, logo, os jogos de tiro em primeira pessoa aproveitavam do sucesso: Tom Clancy’s Rainbow Six Siege, Battlefield 1, Apex Legends e Overwatch foram alguns deles.
As caixas (drops) do CS:GO mostradas aqui possuem até mesmo um mercado próprio para apostas, à parte do jogo (Reprodução;YT)
Counter-Strike: Global Offensive, o popular CS:GO, merece atenção redobrada por ser mais delicado que a situação de outros similares. Nele, você tem uma caixa e uma chave para abri-la, mas por trás disso ainda há um absurdo mercado da Valve (empresa responsável pelo launcher/loja da Steam), onde o comércio de skins de armas é a “chave” do sucesso.
As caixas do CS são adquiridas ao longo de um certo número de partidas jogadas, contendo categorias específicas e itens com raridades diferentes. De forma direta, isso te obriga a jogar caso queira mais caixas, além de precisar pagar pelas respectivas chaves. Para uma referência básica, em um dos cálculos possíveis para a melhor condição da arma, há uma probabilidade de 0,25575% de você obter a melhor categoria de uma skin. Por sinal, uma chave para cada caixa, vendida no mercado da Valve, hoje custa cerca de R$ 28.
Jogos mobile são uma “categoria” que não se salvam disso, pois reina o modelo freemium, onde você baixa games como Genshin Impact sem custo adicional e tem forte incentivo de pagar pela chance de obter personagens especiais. O problema é que você tem missões específicas que basicamente te obrigam a precisar de tal classe de personagem para poder avançar na história – isso se você não optar por seguir fora das main quests. Ou seja, sem gastar dinheiro com loot boxes, é praticamente impossível continuar o jogo de forma natural.
Por conta disso, quando aposta e investimento extra do jogador se tornam parte da essência de um jogo, convenhamos: algo não está certo.
Estudos comprovam: é jogo de azar

Uma instituição de caridade chamada GambleWare (trocadilho em inglês entre as palavras “aposta” e “consciente”) fez uma parceria com as universidades de Plymouth e Wolverhampton, ambas cidades inglesas, para realizar a pesquisa Lifting the Lid on Loot-Boxes. Em tradução livre, que também serve como explicação à proposta do estudo, temos uma forma de “levantar a tampa” das loot boxes e desvendar seus efeitos em jovens e adultos.
O documento de mais de 50 páginas expressa como funciona o sistema de apostas e como as loot boxes são “estrutural e psicologicamente semelhantes aos jogos de azar“. A análise demonstrou forte relação entre o engajamento com loot boxes e o problema do vício, reafirmado e comprovado por uma dúzia de estudos (12 a cada 13 confirmam que há relação direta). Foram extraídas amostras e tiradas conclusões que, em resumo, mostram que há poucos apostadores, mas estes são viciados e responsáveis pelo lucro.
A escala deste efeito é “moderada” – uma magnitude que tem relevância estatística e prática: elas são mais fortes ou comparáveis com associações bem estabelecidas entre o jogo problemático e outras comorbidades, como depressão, álcool e dependência de drogas. Relacionamentos semelhantes foram estabelecidos como problemas [do vício] de videogame.
Estudo Lifting the Lid on Loot-Boxes, de James Close e Joanne Lloyd
Todo tipo de loot box criada pelos jogos tem um design visual e sonoro com o objetivo de tornar a experiência de abri-las um ato prazeroso (e viciante). A revelação de cada item pode inclusive ser obrigatoriamente de controle do jogador, que deve clicar em cada um dos itens para revelá-los. A forma mais popular desta revelação é em cartas, um item palpável para o gamer, de maneira irônica se aproximando também de cassinos e jogos de azar mais tradicionais.
Ao mesmo tempo, quando empresas são apresentadas com a sugestão dos danos causados por loot boxes, a resposta costuma ser uma: na verdade, elas são caixas contendo “surpresas”, sendo “divertidas” e “inofensivas”. Do outro lado da história, temos o efeito fomo (fear of missing out, traduzido como “medo de ficar de fora”) quando são aplicadas promoções limitadas e itens sazonais.
Quando dados são colocados em discussão, temos algo surreal: apenas 5% dos gamers são responsáveis pelo maior lucro, gastando mais de R$ 560 por mês somente com loot boxes – não necessariamente este jogador atingiu a maioridade e não necessariamente ele tem controle sobre o próprio dinheiro. Irresponsabilidade financeira ou ignorância a respeito do problema contam (e muito) para o sucesso das caixas.
A cada 5 crianças que jogam videogame, 2 já abriram loot boxes
Um comitê inglês reforça que o problema está no encorajamento direcionado às crianças, pois cerca de 55 mil viciados em apostas tem entre 11 e 16 anos, com apostas em e-sports agindo como um agravante. Quatro irmãos, com um Nintendo Switch em mãos, gastaram um total de 4 mil reais em menos de três semanas, em gradativas aquisições de 200 reais com loot boxes.
Os mais velhos não saem ilesos: um rapaz de 22 anos com paralisia cerebral e outros “problemas cognitivos“, como colocado pela própria mãe, levou duas semanas para gastar mais de 3 mil libras (cerca de 23 mil reais) com um game mobile. Outro, de 21 anos, gastou as economias dos pais em uma média de 3 mil reais por noite com pacotes do FIFA.
Uma das soluções apresentadas no estudo para manter loot boxes seria a total transparência pelos responsáveis (empresa que cria/distribui o jogo), com exemplo da adição de citar “loot boxes inclusas” no selo do sistema de classificação junto à idade recomendada. Mais uma maneira de esclarecer dúvidas sobre a aposta seria um aviso sobre o custo médio para obtenção dos itens desejados pelo apostador, ou um limitador de gastos no jogo.
Como o Brasil se posiciona nessa história?

A associação mais óbvia que um brasileiro faz quando o assunto “aposta” está em jogo é com a loteria. A Loteria Federal da Caixa Econômica, a única realmente legalizada na visão do governo, é a maior do país – e muitas vezes vira sinônimo de “loteria” ao redor do país. Porém, há mais de 80 anos temos a tal Lei 3.688 que menciona e penaliza as classificações de jogos de azar. Em menção direta ao decreto:
Consideram-se, jogos de azar:
a) o jogo em que o ganho e a perda dependem exclusiva ou principalmente da sorte;
b) as apostas sobre corrida de cavalos fora de hipódromo ou de local onde sejam autorizadas;
c) as apostas sobre qualquer outra competição esportiva.
Lei 3.688 de 3 de Outubro de 1941
Logo, era de se esperar que, eventualmente, o peso caísse sobre a nova “modalidade” das apostas camufladas de loot boxes. Pois bem: em 29 de março deste ano, o Ministério Público abriu um processo a pedido da Associação Nacional dos Centros de Defesa da Criança e do Adolescente (ANCED), que menciona diversas empresas responsáveis. Dentre elas temos Activision, Electronic Arts, Garena, Nintendo, Riot Games, Ubisoft, Konami, Valve, Tencent e as plataformas Apple, Microsoft, Sony e Google, estas que agem como intermediárias na aquisição/relação de lucros dos jogos.
Um dos mais delicados, cujo público-alvo acaba sendo justamente as crianças e adolescentes, é o Free Fire, game mobile com mais de 80 milhões de downloads na Google Play Store e que também faz sucesso dentre a comunidade de transmissões ao vivo – pois o jogo tem 8 milhões de seguidores na Twitch e dezenas de milhares de views todos os dias.
Homens jovens são mais prováveis de apostar do que mulheres;
Quanto mais novos e menor educação, maiores as chances
Presentes na abertura do processo citam que houve pedido para pena diária de R$ 4 milhões, a indenização de R$ 1,5 bilhão contra a companhia e uma “indenização moral individual de R$ 1 mil para cada usuário; criança ou adolescente de seus jogos“. Mesmo que os valores estejam completamente fora da realidade, antecipando a decisão do Poder Judiciário, o ponto mais importante do processo foi o reconhecimento do MP sobre jogos de azar serem uma realidade das crianças brasileiras.
O que esperar do futuro da indústria de jogos (e do mundo)?
É claro que o Brasil não é o primeiro (e nem o único) país a associar formalmente loot boxes a jogos de azar, pois na Europa temos ótimos exemplos de onde isso deu certo. Holanda e Bélgica, que possuem uma legislação anti-apostas, determinaram que as caixas estão inclusas nisso. Por outro lado, a Comissão de Apostas britânica “passou pano” e disse que elas só contam como aposta quando possuem a opção cash out (onde jogadores podem tirar o dinheiro apostado antes da conclusão do ato).
Infelizmente, loot boxes estão intrínsecas à existência de centenas de jogos populares da atualidade. Estes também calham de compor as franquias mais rentáveis que, por consequência, guiam uma das maiores indústrias culturais da atualidade – mais de R$ 1 trilhão somente em 2020, o dobro do que o cinema rendeu. Por isso, a integridade do jogo muitas vezes precisa ser alterada caso um jogo decida parar de monetizar a sorte dos jogadores.
Do lado “positivo”, alguns jogos mudaram a lógica de aplicação das loot boxes dada a recepção negativa. Sem sombra de dúvidas, o mais brutal foi Star Wars Battlefront II, que apresentou um sistema de cartas de habilidades para regeneração de vida, aumento de dano das armas e, em geral, benefícios ao modo multiplayer. Era possível conseguir os pontos para desbloqueio das caixas, porém, pagar pelas mesmas era um atalho infinitamente mais rápido.
Cartas e itens ainda existem, mas loot boxes foram levemente alteradas em games como Battlefront II. (Reprodução; USGamer)
Aqueles que compraram o jogo e queriam se divertir se manifestaram. Com um redesign completo às mecânicas de progresso, o jogo demorou poucas semanas após o lançamento para banir loot boxes, alguns meses para tornar tudo mais justo e mantém uma base de jogadores em crescimento há mais de 3 anos. Parafraseando a própria nota dos desenvolvedores reconhecendo os erros, “não existe mais uma loteria onde você deve adquirir Caixas“. Ou seja, a mesma empresa responsável por popularizar loot boxes em FIFA foi a mesma a comparar o modelo a uma “loteria”.
Nos países onde há proibição de apostas em loot boxes, é irônico elas ainda existirem dentro dos jogos. A única diferença é que você não tem nenhuma forma de gastar dinheiro real para comprá-las (e nem a moeda do jogo, paga com dinheiro real), existindo somente as loot boxes 100% gratuitas. CS:GO é um dos que menos tem chances de eliminar as loot boxes, pois a cada venda feita das armas, a Valve pega até 20% do valor.
Apenas 5% dos gamers geram metade dos lucros das loot boxes
A realidade é que muitos jogos evoluíram para mudanças, facilitando a aquisição ou removendo microtransações. Call of Duty, uma das franquias que mais dependia de loot boxes, abandonou a ideia de aplicá-las na fórmula do jogo um pouco antes do lançamento de Modern Warfare, de 2019. O que estes jogos mantém é a mudança do sistema mais rentável, com a popularização do passe de batalha.
Fortnite popularizou esta espécie de “assinatura” de desbloqueio de itens com base no seu progresso e outras dezenas de jogos abocanharam a ideia. Rocket League manteve as loot boxes (agora só com cosméticos, gratuitas) e monetizou o jogo por meio do passe de batalha, por exemplo. Dead by Daylight, Warface e Destiny 2 também resolveram seguir por este caminho.
Em suma, com dezenas de provas atuais, provavelmente o que teremos a longo prazo na indústria é a troca (e camuflagem) das apostas em videogames e não a eliminação da prática. Loot boxes gratuitas permanecerão e algumas devem seguir a lógica de serem adquiridas com moedas in-game sem investimento de dinheiro real. O investimento, portanto, não será mais em reais ou dólares, mas o investimento emocional ainda continuará a tirar proveito e seduzir adultos desavisados – ou pior, crianças.
Entenda o que é o jogo posicional
Muito se fala sobre o chamado “futebol moderno”, mas não são todos que conseguem descrever perfeitamente o que ele seria. Talvez porque tal definição não exista. Na realidade, quando as pessoas usam esse termo normalmente querem se referir a um tipo de jogo pensado e mais calcado em estratégias do que talentos individuais – ainda que essa definição não seja unanimidade entre os fãs do esporte.
O futebol é um esporte envolto de paixão. Até por isso, muitos fãs acreditam que a tática sozinha não basta para que um time seja vencedor. Porém, da mesma forma que existem superstições em esportes, como sempre vestir a mesma roupa para vencer no poker ou os tão conhecidos tênis da sorte no basquete, é importante saber que ter uma boa estratégia definida é meio caminho andado para chegar à vitória. Não importa qual seja o esporte.
O que é o jogo posicional, afinal?
Um dos possíveis caminhos para traçar tais estratégias é o chamado jogo posicional, ou jogo de posição. O termo que tem se popularizado nos últimos anos entre técnicos europeus, como Pep Guardiola, parece atrair cada vez mais a atenção dos times brasileiros.
O jogo posicional nada mais é do que uma tática em que os jogadores mantêm suas posições dentro de campo. Isso não significa, necessariamente, que todos estejam sempre nos locais determinados, mas que certas posições sempre deverão ser ocupadas por algum jogador.
A partir dessa ideia de jogo, o técnico pode movimentar o time para buscar a bola no campo de defesa e fazer com que ela se mova até o ataque, garantindo que passe por lugares específicos no campo. E que eles sempre estejam ocupados por algum jogador naquela posição. Em resumo, o objetivo é fazer com que a bola chegue até os jogadores e não o contrário.
Um ótimo exemplo disso é o Barcelona que vimos jogar na última década. O time costumava se manter o mesmo desde a linha mais defensiva até o outro lado do campo, o que permitia que a equipe como um todo tivesse mais amplitude e velocidade no ataque.
Uma variação é o ataque posicional. Nesse tipo de jogo, apenas os jogadores da parte da frente se mantêm nas mesmas posições, enquanto o resto tem liberdade para se movimentar mais e buscar a bola. Esse modelo deu certo em diversos times, incluindo o supercampeão alemão Bayern de Munique e o Manchester City, que demonstra ser um time cada vez mais maduro sob o comando do próprio Pep Guardiola.
Os prós e contras do jogo posicional
Os defensores do jogo posicional são da opinião que, se os jogadores estão se movimentando o tempo todo em campo, é muito mais difícil da bola os encontrar. Foi a partir dessa filosofia que o técnico Domènec Torrent treinou o Flamengo entre julho e novembro de 2020. É verdade que o time não teve um grande sucesso, mas há de se ressaltar que se trata de um tipo de jogo que pode levar tempo para que todo o elenco assimile.
E falando nesse tempo, ele costuma ser um dos pontos que fazem com que as pessoas não achem o jogo posicional tão atrativo. Muitos dizem que, até que os jogadores assimilem todas as ideias, o elenco pode se transformar. Além disso, outras críticas recorrentes a esse modelo é que ele não é favorável a todo perfil de jogador, o que significa que pode não funcionar em todos os times.
Os times brasileiros, por sua vez, se movimentam para entrar de cabeça no “futebol moderno” e competir de igual para igual com os europeus, não apenas no mundial de clubes da FIFA, mas também em como encantar o mundo com seu futebol. Nesse sentido, o jogo de posição pode ser uma boa alternativa, principalmente para os times que possuem um elenco mais robusto.
A verdade é que não existe apenas uma forma de se enxergar o futebol, muito menos uma única estratégia que funcione para todos os times. Os bons treinadores sabem tirar proveito ao máximo do seu elenco e, acima de tudo, conseguem construir um repertório de estratégias para enfrentar seus oponentes. Mas que o jogo posicional não é uma má ideia e que já comprovou que pode dar certo se aplicado corretamente, isso é inegável.
Mbappé brilha com protagonismo nesta Champions, mas PSG tem muitos heróis
Além do atacante francês e Neymar, Keylor Navas foi decisivo para evitar que a superioridade do Bayern se transformasse em gols na ida das quartas.
Uma curiosidade que surgiu quando Maurício Pochettino foi anunciado como treinador do PSG, no decorrer da atual temporada, foi sobre como o argentino, conhecido por fazer bons trabalhos em times sem estrelas (quando chegou ao Tottenham, Harry Kane e Son não eram o que são hoje), trabalharia em um elenco conhecido notoriamente pelas suas grandes prima donnas – como Neymar e Mbappé, por exemplo. A resposta mais óbvia? O equilíbrio, é claro.
Logo em sua primeira entrevista neste retorno ao PSG, agora como treinador, Pochettino deu a sua receita: pegar a energia do indivíduo em fazer história e convergi-la para o todo. “Acho que podemos alcançar o que este clube quer e o que os jogadores querem, porque eles são competidores e querem levantar troféus (. ) Nosso principal objetivo é ter certeza de que todos estão caminhando na mesma direção”, afirmou o técnico em janeiro de 2021. A excelente vitória por 3 a 2 sobre o Bayern de Munique, na ida das quartas de final da Champions League, teve toques de brilhantismos individuais. mas o triunfo se manteve apenas porque o PSG não se resume a suas duas grandes individualidades.
Mbappé foi, sem dúvidas, o grande protagonista da noite em Munique e suas exibições nesta Champions League tendem a puxar o jovem, do alto de seus 22 anos, para os holofotes mais nobres. O atacante francês foi o nome do primeiro mata-mata, com atuação de gala no Camp Nou contra o Barcelona, e fez os dois gols que serviram como aperitivo para a sonhada revanche do PSG contra o Bayern, seu algoz na última final europeia. Já são oito tentos nesta Champions 20-21, recorde para um francês em uma única campanha (igualado com Ben Yedder em 17-18 e David Trezeguet em 01-02).
Neymar também foi decisivo, construindo com velocidade e assistência o lance do primeiro gol de Mbappé – contando com falha do goleiro Neuer – e também sendo garçom no 2 a 0, com um cruzamento perfeito para Marquinhos estufar as redes. O zagueiro, que vinha sendo um dos melhores em campo também por evitar que os esboços do Bayern se transformassem na imagem de gol, saiu logo depois, por causa de lesão na panturrilha, e sua ausência foi incrivelmente sentida. Em dez minutos o time alemão chegou ao empate, com Choupo-Moting, ex-PSG, cabeceando para o fundo das redes. Thomas Müller, já no segundo tempo, fez valer o volume ofensivo do Bayern e empatou a contenda na Allianz Arena.
Se o PSG não fez o melhor de seus jogos demonstrando força como conjunto, teve sorte de poder contar com tantos indivíduos decisivos em partes distintas do gramado. Neymar e Mbappé, autor do terceiro gol, no qual demonstrou toda a sua habilidade para puxar e finalizar contra-ataques, vocês já conhecem. Marquinhos já teve sua importância valorizada, seja pelo gol marcado ou pela forma com que o time sentiu sua ausência. mas o desfecho deste jogo de ida poderia ter sido bem diferente se Keylor Navas não estivesse sob as traves parisienses.
O costarriquenho, um especialista em títulos de Champions nos seus tempos de Real Madrid, segue fazendo a diferença nos terrenos europeus. O Bayern criou muito mais oportunidades, seja no quantitativo (12 finalizações certas) quanto no qualitativo (criou as melhores chances, como mostra a estatística de gols esperados da partida, que terminou em 4.14 a 1.54 a favor dos alemães). Mas Keylor e suas 10 (. ) defesas também salvaram a noite parisiense.
“Estamos frustrados, merecíamos ter vencido”, disse o francês Pavard, do Bayern, à RMC Sport após o jogo. “Ainda tem um jogo de volta e vamos fazer de tudo para nos classificarmos”, completou o lateral.
Quanto ao Paris, Pochettino e seus jogadores aproveitaram a vitória para enalteceram o comprometimento do jogo em equipe, valorizando o sucesso em ter segurado o atual campeão de tudo: “Estou muito feliz com o resultado e com a atitude da minha equipe, que se viu perante situações complicadas num jogo frente à melhor equipe da Europa e conseguiu resistir. Há que felicitar os jogadores pelo espírito que demonstraram e espero que consigamos repetir mais vezes este tipo de exibições”, disse o técnico do PSG após o confronto.
Doar-se ao máximo sempre faz a diferença no futebol, mas caso permita ao Bayern tamanha superioridade no duelo de volta, marcado para a próxima terça-feira (13), o PSG pode se ver obrigado a rezar para que as individualidades de Keylor Navas, Neymar e Mbappé voltem a pesar a seu favor.
. Pensando bem, não é uma estratégia de todo absurda – além da ausência de Lewandowski, goleador do clube alemão, também encaminhada para a volta, o que não falta ao PSG é jogador capaz de decidir uma partida. Façam suas apostas.
Pare de perder dinheiro nas Apostas Esportivas
Você começou a pouco tempo nas apostas e não está tendo bons resultados?
Você sabe porque está perdendo nas apostas esportivas?
Nesse artigo vamos ajudar você a responder essas perguntas, entender quais os fatores que fazem você perder dinheiro nas apostas e o principal: Ajudar você a parar de perder.
Boa parte dos apostadores não tem por objetivo se tornar um profissional das apostas esportivas e por isso atuam de forma mais irresponsável, sem levar em consideração pontos importantes como gestão de banca e controle de perdas. A verdade é que ninguém gosta de perder e mesmo para quem faz apostas apenas de forma recreativa, isso pode ser desmotivante a médio e longo prazo.
Por isso nesse texto vamos listar coisas que a grande maioria dos apostadores iniciantes faz e que os fazem perder dinheiro. Se você costuma fazer uma ou mais coisas dessa lista, provavelmente você está perdendo dinheiro em sites de apostas e precisa parar de fazê-las para parar de perder. Então vamos aos principais erros:
1 – Apostar em times e ligas desconhecidas
Muita gente comete esse erro principalmente quando está iniciando nas apostas e quer alavancar a banca rapidamente. A grande maioria das casas de apostas oferece uma quantidade enorme de ligas e jogos ao redor do mundo. Isso pode parecer atrativo, pois dá a possibilidade de ganhar dinheiro a qualquer hora, mas na verdade é uma armadilha que te leva a colocar seu dinheiro em eventos onde você não possui nenhuma informação a respeito.
É muito difícil fazer boas apostas sem ter uma análise do histórico dos times envolvidos e algumas estatísticas sobre o campeonato. Apostando nesses eventos você certamente irá perder dinheiro a médio e longo prazo.
Para evitar isso, tente operar com menos jogos e escolha apenas aqueles onde você conhece os times envolvidos e tem muitas informações sobre os jogadores e sistema tático da equipe. Assim a sua chance de fazer apostas lucrativas irá aumentar.
2 – Recuperar uma aposta perdida
Existem vários apostadores que, mesmo fazendo boas análises, acabam não acertando algumas apostas. Isso é normal até mesmo para apostadores profissionais, a grande diferença é como cada um irá lidar com essas perdas. Geralmente, apostadores iniciantes tendem a perder o controle emocional nesses momentos e tentam recuperar uma aposta perdida, envolvendo boa parte do seu dinheiro em apostas erradas.
Essa falta de controle faz com que todo seu planejamento de banca e sua análise pré-jogo sejam ignoradas. Assim, quanto mais dinheiro você perder, mais dinheiro você aposta para tentar recuperar o prejuízo. Inevitavelmente, esse tipo de ação é o caminho certo para quebrar.
Nesse caso, a sugestão é sempre analisar com calma todas as suas apostas perdidas e tentar identificar se essa perda está ligada a algum acontecimento imprevisível dentro do jogo, como uma expulsão ou um gol mal anulado pela arbitragem, ou se realmente ocorreu um erro de análise. Caso esse seja o problema, procure conversar com outros apostadores mais experientes ou rever sua metodologia de análise, antes de tentar recuperar o valor perdido. Mantenha a calma e não coloque na sua próxima aposta a responsabilidade de recuperar a perda anterior. Mantenha seu foco e sua gestão de banca.
3 – Apostar valores muito altos em relação à própria banca
Um dos principais pilares a serem seguidos para se tornar um apostador de sucesso, é a gestão de banca. Existe muito material na internet falando sobre esse tema que pode ajudar você a trabalhar de forma correta.
O problema nesse caso, é que muitos apostadores colocam em cada aposta uma parcela considerável de todo seu dinheiro disponível para apostar. Ou por que confiam demais em suas análises, ou com a intenção de crescer a banca rapidamente. O fato é que esse tipo de gestão é altamente arriscada e geralmente leva o apostador a quebrar. Em alguns casos, você pode acertar as primeiras apostas e isso pode ser ainda mais perigoso, pois dá a sensação de que você está fazendo tudo certo, mas na verdade, quando realizamos apostas em odds de valor, é possível que tenhamos uma sequência maior de resultados negativos. Nesse caso, apostadores que costumam envolver 20% ou 30% da sua banca em uma única entrada, acabam ficando sujeitos a perder toda banca em uma sequência ruim.
Nessa situação só uma coisa pode ajudar você: Seja paciente. Defina uma gestão de banca que trabalhe com 5% a 10% do valor total em cada aposta e se mantenha nesse planejamento independente dos altos e baixos. Assim você irá crescer de forma mais lenta, porém muito mais segura.
4 – Apostar um dinheiro que você não deveria
Muita gente entende as apostas esportivas como um jogo de azar, capaz de viciar as pessoas e fazê-las perder seu patrimônio. A verdade é que essa visão só existe por conta de uma conduta errada que boa parte dos apostadores assume. Muitas pessoas ao iniciar nas apostas, acaba destinando para essa atividade uma quantia acima de suas possibilidades e inevitavelmente esse dinheiro irá fazer falta para finalidades bem mais importantes.
Quando você destina um valor para formar sua banca, é preciso ter em mente que mesmo que você ganhe dinheiro, esse dinheiro não estará disponível pra você imediatamente. Uma vez depositado em uma casa de apostas, você precisará cumprir alguns requisitos para sacar seu dinheiro novamente. Se você apostar um valor muito alto, maior será a sua preocupação em ser lucrativo e sempre que perder alguma aposta, você se sentirá mal por estar perdendo uma quantia importante pra você.
A dica nesse caso é a seguinte: dedique às apostas esportivas, um valor que não fará falta para você. Considere que, uma vez que esse dinheiro foi depositado em um site de apostas, ele está comprometido com a sua atividade nas apostas e não conte com ele para pagar suas contas do mês. É muito mais vantajoso trabalhar com uma banca pequena e com o emocional tranquilo, do que trabalhar com valores altos e sofrer uma pressão psicológica caso eventualmente perca alguma aposta.
5 – Se apegar demais ao fator sorte
Aquele gol nos acréscimos, aquele pênalti perdido, o erro capital da arbitragem… Todas as coisas que fazem com que o futebol (e a maioria dos esportes) seja algo tão divertido, podem dar a ilusão de que ganhar ou perder uma aposta está ligado ao fator sorte. A verdade é que na maioria das vezes, jogos de futebol não são eventos imprevisíveis e mesmo em casos onde o imprevisível impera, existe a possibilidade de evitarmos as perdas.
Muito por falta de uma análise qualificada, apostadores iniciantes acabam se envolvendo em partidas e mercados que não deveriam. Esse tipo de aprendizado só se consegue com estudo e dedicação durante muito tempo no ramo. Mas nem por isso precisamos esperar tanto tempo para identificar onde estamos errando.
Quando você acredita que seus lucros e perdas estão ligados a uma maré de sorte ou azar, você está atribuindo seus resultados a algo que não pode controlar, o que a longo prazo pode levar você a falência. Portanto foque sempre em analisar os resultados das suas apostas da forma mais racional possível, identificando as situações específicas onde algo realmente imprevisível ocorreu e mudou o rumo de uma partida.
6 – Apostar o dinheiro onde não deveria
Hoje no mercado existem muitas casas de apostas, de todos os tamanhos e com diferentes possibilidades. O mercado brasileiro no entanto, ainda é um mercado relativamente inexplorado pelos grandes sites. Devido à quantidade de oferta e o pouco conhecimento do público em relação aos sites, a grande maioria acaba iniciando nesse mundo em um site ruim ou muitas vezes mal intencionado.
Muitos apostadores também costumam apostar em bancas físicas que não possuem nenhuma espécie de licença ou auditoria de algum orgão internacional capaz de atestar sua confiabilidade. Devido a isso, muita gente que aposta em sites de procedência duvidosa, em bancas físicas ou as chamadas “maquininhas” não consegue receber o seu dinheiro quando ganha uma aposta de valor mais alto.
É bem comum que esse tipo de operador fique enrolando pra te pagar ou até mesmo desapareça levando seu dinheiro. Então todo cuidado é pouco na hora de escolher onde colocar sua banca.
Felizmente temos hoje no mercado uma série de sites com boa reputação, auditados e licenciados por agências internacionais. Isso garante que você será pago caso ganhe uma aposta e que seu dinheiro não irá sumir da sua conta “do nada”. Aposte sempre em sites conhecidos e com odds honestas e nunca faça apostas em maquininhas e bancas físicas.
7 – Tenha cuidado ao apostar no seu time do coração
Muitas pessoas deixam seu lado de torcedor influenciar nas apostas esportivas. Entendendo como funcionam os esportes, é fácil identificar que por trás de muitas decisões, existe a motivação passional. Se você é um torcedor de futebol e costuma apostar no seu time do coração (ou contra seu arquirrival) está na hora de analisar se esse tipo de entrada tem sido lucrativa.
É muito normal quando se aposta em um time com alguma inclinação emocional, que ele seja superestimado ou subestimado em relação ao seu potencial real. Esse erro de leitura pode resultar em uma aposta equivocada ou pior, uma sequência de apostas equivocadas movidas apenas pela sua crença passional em seu time do coração.
Nossa dica é que, se você não for capaz de deixar a emoção de lado e eventualmente apostar contra seu time, evite se envolver em jogos onde essa equipe está envolvida. Quando é o seu dinheiro em jogo, a melhor saída é trabalhar de maneira racional e deixar o clubismo de lado.
Se você conseguir identificar esses problemas no seu dia-a-dia de apostador, você já deu o primeiro passo para deixar de ser um perdedor nas apostas esportivas. O próximo passo é eliminar essas práticas da sua rotina e tentar seguir à risca essas dicas de como operar nas apostas de maneira racional e planejada. Com paciência e dedicação, você estará no caminho dos greens!