Apostas esportivas e crime
1 - Mindset
Essa palavrinha está na moda, muita gente usando em quase todos os setores da sociedade. Mindset nada mais é do que a mentalidade, a cultura comportamental que se tem frente às diversas situações da vida. Como reagimos às derrotas e às vitórias do dia-a-dia.
E nas apostas não é diferente: você precisa construir uma mentalidade de apostador profissional. Ou seja, estar preparado para perder dinheiro sabendo que poderá recuperar na frente e saber que qualquer mudança não o fará alterar o curso traçado. Determinação e disciplina. Trabalhe o mindset nesse sentido, há vários conteúdos bacanas sobre o assunto nas redes. Sem isso, nem leia o resto.
2 – Tempo para analisar os times
Quanto tempo do seu dia você possui para estudar e analisar os times e jogadores? Se você quer ser um profissional das apostas e saber como ganhou e como perdeu, você precisa ter tempo para estudar. Mais adiante farei um post específico sobre como analisar times.
Nunca vá para uma casa de apostas sem estudar onde você vai investir. Lembra do nosso post sobre referência, ancoragem e intuição? Pois bem, sem estudo, seu cérebro o levará a tomar decisões ruins e aí, amigo, não há mindset que resolva.
3 – Escolha um mercado
Para uma estratégia ser lucrativa, o mais recomendado é que você limite o mercado onde vai investir. Para isso, escolha dois ou três times, no máximo, nos quais você se tornará especialista em pouco tempo. De preferência, que joguem no mesmo país e na mesma liga. Estude tudo o que for possível sobre a liga escolhida.
Nesse processo, defina um ou dois mercados de aposta em que esses clubes podem ser lucrativos: back ao favorito? Under 2.5? Over 1.5? Escanteios? Handycap Asiático? Lay goleada? Enfim, as opções são infinitas e também mais para frente falaremos disso. Mas escolha e defina onde o time sobre o qual você se tornou especialista performa melhor no longo prazo.
4 – Gestão de banca
O controle do seu dinheiro está ligado a todos os pontos anteriores: mindset, análise e escolha dos mercados. Só você sabe o quanto tem em mãos e o quanto está disponível para investir em apostas. Já falei antes: não aposte com o dinheiro que você usaria para pagar suas contas do dia-a-dia.
Você precisa ter um valor mínimo sobrando na sua conta para poder usar nas apostas. E a distribuição dele na sua estratégia é fundamental no cálculo que veremos no ponto seguinte.
5 – Precificação dos jogos
Você já escolheu um time e um mercado e estudou ambos. Seu mindset está afinado e sua banca decidida. Você precisa, então, encontrar valor nas apostas. Para isso, precisa ver se há assimetria entre as probabilidades que você calculou (veja neste post como) e as oferecidas pelas casas nos mercados que lhe interessam.
Por exemplo, você escolheu o PSG e a Ligue 1 da França como especialidade. E seu mercado preferencial de investimento é o Over 1.5, pois você viu que nos jogos com esse time há mais de um gol por partida na média. Você pode optar por uma estratégia de longo prazo de 10 jogos, sempre no mesmo mercado, sabendo que vai perder dinheiro em alguns, mas que terá lucro na soma das 10 partidas. Sem estudo e sem saber precificar, isso se torna impossível de saber.
6 – Validação
Cuide do seu mindset, encontre os parâmetros que lhe interessam para estudar sobre um time, tenha tempo na sua agenda para isso, defina o mercado que você quer dominar, faça uma gestão consciente da sua banca e saiba precificar tudo isso em relação às probabilidades e odds.
Com isso, você vai montar uma estratégia. Mas antes de saber se ela é boa ou ruim, você precisa validar essa estratégia. Ou seja, teste-a por um tempo determinado. Não pare mesmo que perca ou ganhe muito dinheiro. Se ela não funcionou como pretendia, mude algum dos passos. Mas não desista na metade do caminho: valide e confie na sua estratégia vencedora.
Apostas esportivas e crime

A convulsão de Ronaldo minutos antes da partida entre Brasil e França, na final da Copa do Mundo de 1998, deixou de ser uma efeméride para se tornar base de incontáveis teorias da conspiração que surgiram à época — como a hipótese de que “o Brasil vendeu 1998 para ganhar 2002".
Para completar, na ocasião, houve um suposto conflito de interesses nos bastidores entre João Havelange, que deixava o comando da Fifa, e Ricardo Teixeira, presidente da CBF à época. Além do embate político entre os dirigentes, surgiu a suspeita em torno das fornecedoras de material esportivo daquela final: a Adidas, no caso da França, e a Nike, no caso do Brasil.
O jornalista e escritor Leandro Cipoloni, um dos autores do livro O Lado Sujo do Futebol, baseado em documentos oficiais extraídos de cartórios, CPIs e investigações, conversou com o R7 e relembrou o episódio.
“Esse caso ficou em evidência porque teve um confronto comercial maior do que existia dentro de campo. De um lado tinha a Nike e Ricardo Teixeira contra Adidas e João Havelange, que era uma briga muito mais forte do que a luta entre os 22 jogadores no gramado”.
Apesar disso, Cipoloni afirma que não dá para cravar que tenha havido qualquer acordo ilícito.
“Claro que por trás disso houve toda uma discussão sobre manipulação de resultados, se o Brasil cedeu o resultado. O que se sabe é que não tem nenhuma conclusão de que a Copa foi vendida, porque também são casos que dependem de delação de membros envolvidos”.
Se a final da Copa do Mundo de 1998 vive de especulações, o Brasil experimentou na prática um escândalo de manipulação de resultados. O caso recebeu o nome de Máfia do Apito e envolveu a arbitragem do Campeonato Brasileiro de 2005. Na época, promotores da Justiça de Combate ao Crime Organizado em parceria da Polícia Federal descobriram as manipulações.
Na ocasião, investidores acertaram um acordo para garantir que os times vencedores fossem os mesmos nos quais eles apostaram por meio de sites. O principal pivô do caso foi o árbitro Edílson Pereira de Carvalho. Na investigação, ainda foi descoberto outro participante envolvido, o também juiz Paulo José Danelon.
Inicialmente, ambos foram banidos do futebol e denunciados pelo Ministério Público por estelionato, formação de quadrilha e falsidade ideológica. Posteriormente, eles receberam habeas corpus e houve trancamento da ação penal pois o caso deveria ser discutido apenas na esfera desportiva.
Devido à manipulação dos resultados, 11 partidas realizadas entre maio e setembro daquele ano, e arbitradas por Edílson, foram anuladas pelo STJD e remarcadas para o mês de outubro. A remarcação das partidas interferiu diretamente no rumo da taça de campeão nacional. Internacional e Corinthians brigavam ponto a ponto pelo título, que acabou nas mãos do time do Parque São Jorge.
Na época, o então presidente do clube, Alberto Dualib, foi flagrado em escuta da Polícia Federal. “Se não tivesse aquela m. de anulação de jogos nós estávamos fora, porque o campeão de fato e de direito seria o Internacional”, disse. O grampo colaborou para deixar ainda mais dúvidas sobre a legitimidade do troféu conquistado.
Depois da descoberta, a vida do árbitro mudou bastante — e para pior. Dr. Marcelo Jacob, advogado de Edílson no caso, disse não ter mais contato com o cliente, mas afirma que ele passou por dificuldades financeiras e que estava residindo com a mãe. Há quem diga que chegou até a cobrar para dar entrevistas, se separou da mulher, foi processado por ela e até teria tentado tirar a própria vida.
Dr. Marcelo ainda comentou que Edílson chegava a receber ameaça dos apostadores quando o esquema não dava certo.
"O Edílson era procurado pelos apostadores e, se desse o resultado, ele recebia uma recompensa. Agora, se não dava, ele era esculachado e muito xingado. Por isso existia um receio por parte dele."
O advogado negou que Edílson tenha se arrependido pela participação no escândalo.
"Nunca comentou comigo, pelo menos, estar arrependido, porque, na verdade, ele nunca manipulou jogou ou resultado. E, segundo ele, existem situações no futebol, que vão muito além das questões de arbitragem".
A reportagem do R7 tentou ouvir os ex-árbitros Edilson Pereira de Carvalho e Paulo José Danelon para comentar o caso. Os dois, porém, não responderam às ligações.
Apostas esportivas e a lavagem de dinheiro

Operação da Polícia Federal prendeu ontem sete pessoas, entre integrantes e facilitadores de quadrilha internacional que burlava resultados de jogos de futebol para beneficiar a Máfia das Apostas Esportivas.
Os crimes descobertos aconteciam, em grande maioria, nas divisões de acesso dos principais campeonatos do país.
Exatamente como denunciou, em primeira mão, tempos atrás, o treinador do Guaratinguetá, João Telê, com exclusividade ao Blog do Paulinho, citando inclusive o nome de um dos sites, o “BET 365”.
Após contar a barbaridade, Telê passou a ser perseguido por um dos árbitros do esquema, que expulsava-o sempre que apitava suas partidas.
É diante deste quadro que o Senado brasileiro, em parte, comprometido com a corrupção, luta para aprovar projeto de lei que garanta a liberação não apenas desta modalidade de apostas, mas de todas as outras jogatinas no Brasil.
Imaginem o povo brasileiro, portador de DNA absolutamente corrupto, tendo em mãos o que é, talvez, o principal canal mundial para o crime de lavagem de dinheiro.
O Corinthians, de enorme torcida e repercussão, mas com dirigentes absolutamente amorais, dentre alguns imorais, ostenta hoje em sua camisa a marca “WINNER”, de propriedade dum site de apostas esportivas localizado em paraíso fiscal, absolutamente suspeito em suas ações comerciais.
As principais emissoras esportivas da tv fechada, com o pires na mão, sem medir consequências, fazem hoje propaganda destes sites, inclusive com a participação de jornalistas.
A prática, das apostas esportivas (e sua divulgação) precisa ser combatida, jamais estimulada ou permitida, sob pena dos desvios flagrados pela PF, mesmo na obscuridade atual, serem ampliados ainda mais, transformando o crime de lavar dinheiro em meio de vida (oficial) de boa parte da população.