Apostatar da fe
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Permaneça ‘sólido na fé’
“A pronunciação inspirada diz definitivamente que nos períodos posteriores de tempo alguns se desviarão da fé.” — 1 Tim. 4:1.
1. Devemos ficar indevidamente chocado se alguém desviar d fé?
FICA profundamente chocado e indevidamente perturbado quando vê ou ouve que um cristão, a quem conhece, está ficando com dúvidas, está esfriando ou talvez até mesmo está ficando rebelde, a ponto de abandonar a congregação cristã e de tentar levar outros consigo? Neste caso, poderá consolar-se por saber que, embora tais ocorrências sejam tristes, as Escrituras nos avisaram de antemão de que ocorreriam.
2, 3. (a) O que significa a palavra “apostasia”, e quem foi o primeiro apóstata? (b) O que trouxe a Israel e a Judá o proceder apóstata?
2 A palavra “apostasia” vem dum termo grego que significa “ficar apartado”, “afastamento, deserção”, “rebelião, desistência”. O primeiro a afastar-se da adoração verdadeira de Jeová foi Satanás, o Diabo. De modo que ele foi o primeiro apóstata. (João 8:44) Ele fez com que o primeiro casal humano se tornasse apóstata. (Gênesis, capítulo 3) Logo cedo na história de Israel, houve um “afastamento” ou ‘desvio’ da adoração verdadeira. Lemos:
“Não escutaram nem mesmo os seus juízes, mas tiveram relações imorais com outros deuses e foram curvar-se diante deles. Desviaram-se depressa do caminho em que seus antepassados haviam andado por obedecerem aos mandamentos de Jeová.” — Juí. 2:17.
3 Mais tarde, muitos dos reis, tanto de Israel como de Judá, tornaram-se apóstatas e levaram as nações que governavam a um proceder apóstata. Deus puniu primeiro o reino setentrional de Israel, dizendo: “Enviá-lo-ei [i. e., a Assíria] contra uma nação apóstata [Israel].” (Isa. 10:6) E pouco antes da destruição de Jerusalém, capital de Judá, pelos babilônios, Jeová declarou: “Dos profetas de Jerusalém saiu apostasia a todo o país.” (Jer. 23:15) A apostasia ou o afastamento da verdadeira fé certamente não trouxe nenhuma bênção a Israel e Judá.
Apostasia Entre os Primitivos Cristãos
4. Que advertência fez Jesus contra os apóstatas?
4 Logo no começo do seu ministério cristão, Jesus advertiu seus seguidores contra os apóstatas. Ele disse no seu Sermão do Monte:
“Entrai pelo portão estreito; porque larga e espaçosa é a estrada que conduz à destruição, e muitos são os que entram por ela; ao passo que estreito é o portão e apertada a estrada que conduz a vida, e poucos são os que o acham. Vigiai-vos dos falsos profetas que se chegam a vós em pele de ovelha, mas que por dentro são lobos vorazes. Pelos seus frutos os reconhecereis.” — Mat. 7:13-16.
5. O que disse Paulo sobre os apóstatas?
5 Vinte e cinco anos mais tarde, Paulo advertiu os anciãos cristãos de Éfeso: “Sei que depois de eu ter ido embora entrarão no meio de vós lobos opressivos e eles não tratarão o rebanho com ternura, e dentre vós mesmos surgirão homens e falarão coisas deturpadas, para atrair a si os discípulos.” (Atos 20:29, 30) No último de seus escritos inspirados, Paulo mencionou por nome alguns de tais apóstatas do primeiro século. Ele advertiu Timóteo: “Esquiva-te dos falatórios vãos que violam o que é santo; porque passarão a impiedade cada vez maior e a palavra deles se espalhará como gangrena. Himeneu e Fileto são desses. Estes mesmos se desviaram da verdade,. e estão subvertendo a fé que alguns têm.” “Alexandre, o latoeiro, causou-me muitos danos. guarda-te dele, porque ele resistiu as nossas palavras num grau excessivo.” — 2 Tim. 2:16-18; 4:14, 15.
6. Quais são alguns dos aspectos identificadores de apóstatas típicos?
6 Quando analisamos estas advertências feitas por Jesus e por Paulo, destacam-se as seguintes particularidades identificadoras dos apóstatas típicos:
(2) Conversa deturpada, fútil.
(3) Esforços de subverter a fé que alguns tem e atrair discípulos.
(4) Hipocrisia (‘lobos em pele de ovelha’).
(5) Reconhecíveis pelos seus frutos ‘passam a impiedade cada vez maior.
Esses sinais denunciadores destinavam-se a habilitar os primitivos cristãos a identificar prontamente os apóstatas e a ‘guardar-se deles’.
Apostasia “nos Períodos Posteriores de Tempo”?
7. Quando ocorreu uma apostasia em massa, conforme predita por que texto?
7 A apostasia que ‘já estava operando’ enquanto alguns dos apóstolos de Cristo ainda estavam vivos tornou-se prolífica “nos períodos posteriores de tempo”, isto é, após a morte deles. Os cinco sinais denunciadores tornaram-se cada vez mais evidentes a partir do segundo século, atingindo o clímax no quarto século. Esta apostasia em massa havia de ocorrer antes da “presença de nosso Senhor Jesus Cristo” e do “dia de Jeová”. — 2 Tes. 2:1-12.
8, 9. (a) Que advertência fez Pedro a respeito dos últimos dias? (b) Encontrar-se-iam esses “ridicularizadores” e os “que desafiam a lei” exclusivamente fora da congregação cristã?
8 Mas outros textos esclarecem que, mesmo durante os “últimos dias” do atual sistema de coisas, ocorreriam casos de apostasia dentro da verdadeira congregação cristã. O apóstolo Pedro escreveu:
“Nos últimos dias virão ridicularizadores com os seus escárnios, procedendo segundo os seus próprios desejos e dizendo: ‘Onde está essa prometida presença dele?’. Vós, portanto, amados, tendo este conhecimento adiantado, guardai-vos para que não sejais desviados com eles pelo erro dos que desafiam a lei e não decaiais da vossa firmeza.” — 2 Ped. 3:3, 4, 17.
9 Pedro não estava apenas advertindo seus irmãos contra “ridicularizadores” e os “que desafiam a lei” no mundo. Os cristãos sempre se aperceberam do perigo provindo dessa direção. Pedro estava também falando sobre o perigo de se ser “desviado” por alguns dentro da congregação cristã, que se tornariam “ridicularizadores”, fazendo pouco do cumprimento das profecias a respeito da “presença” de Cristo e adotando uma atitude desafiadora da lei para com o “escravo fiel e discreto”, o Corpo Governante da congregação cristã e os anciãos designados.
Causas e Efeitos da Apostasia
10, 11. (a) Qual é uma das causas importantes da apostasia? (b) Quais são alguns significativos paralelos da palavra grega traduzida por “duvidar”, e de que modo o apóstata arvora-se em juiz?
10 Entre as diversas causas da apostasia, a que mais se destaca é, sem dúvida, a falta de fé por causa de dúvidas. (Heb. 3:12) É interessante que O Novo Dicionário Intencional da Teologia do Novo Testamento (em inglês) forneça a seguinte informação sobre o verbo grego que amiúde é traduzido por “duvidar”: “Diakrino, distinguir, julgar,.; duvidar, vacilarEm algumas passagens [do Novo Testamento], a dúvida aparece como falta de fé, e, assim, como pecado (Rom. 14:23)Em Rom. 4:20f., a dúvida chega perto da descrençaA dúvida, assim, é falta de confiança no ato de Deus, que ele ainda tem de realizar e que os homens devem aguardarNo NT, quem duvida peca contra Deus e suas promessas, porque julga a Deus de modo falso.”
11 De modo que aquele que duvida a ponto de se tornar apóstata arvora-se em juiz. Acha que sabe mais do que seus concristãos, também mais do que o “escravo fiel e discreto”, por meio de quem aprendeu a melhor parte, senão tudo o que ele sabe sobre Jeová Deus e seus propósitos. Desenvolve o espírito de independência torna-se “soberbo de coração. algo detestável para Jeová”. (Pro. 16:5) Alguns apóstatas até mesmo acham que sabem mais do que Deus, quanto a ordenar os eventos na realização de seus propósitos. Mais duas outras causas da apostasia, portanto, são a ingratidão e a presunção. — 2 Ped. 2:10b-13a.
12. Quais são alguns dos efeitos da rebelião e da apostasia?
12 Quanto aos efeitos do proceder apóstata, um deles é a imediata perda da alegria. O apóstata fica endurecido no seu modo rebelde. Outro é que ele deixa de assimilar o alimento espiritual provido pelo “escravo fiel e discreto” — o que resulta em fraqueza espiritual e no quebrantamento do espírito. Jeová declarou profeticamente, contrastando a felicidade de seus servos leais com a condição lastimável dos apóstatas:
“Eis que os meus próprios servos comerão, mas vós passareis fome. Eis que os meus próprios servos beberão, mas vós passareis sede. Eis que os meus próprios servos se alegrarão, mas vós passareis vergonha. Eis que os meus próprios servos gritarão de júbilo por causa da boa condição do coração, mas vós fareis clamores por causa da dor de coração e uivareis por causa do puro quebrantamento do espírito.” — Isa. 65:13, 14.
13. O que se quer dizer com ‘menosprezar o senhorio’ e em que resulta isso? (Judas 8, 10)
13 Depois de se terem entregue a obras da carne tais como “inimizades, rixas, ciúme, acessos de ira, contendas, divisões, seitas”, os apóstatas muitas vezes são vítimas de outras obras carnais, tais como “bebedeiras”, “conduta desenfreada” e “fornicação”. (Gál. 5:19-21) Pedro adverte contra os que “menosprezam o senhorio” por desprezarem a ordem teocrática, que “falam de modo ultrajante” a respeito dos incumbidos de responsabilidades dentro da congregação cristã, e assim ‘abandonam a vereda reta’. Ele diz que “as condições derradeiras tornaram-se piores para eles do que as primeiras”. — Leia cuidadosamente 2 Pedro, capítulo 2.
Como Evitar o ‘Desvio da Fé’
14, 15. Como podemos evitar a presunção?
14 Vimos que uma das causas básicas da apostasia é a falta de fé por causa de dúvidas destrutivas, e que a palavra traduzida por “dúvida” significa também “distinguir”. O apóstata arvora-se em alguém que decide o que é verdadeiro e o que é falso, o que é “bom” e o que é “mau” em matéria de alimento espiritual Torna-se presunçoso — Veja Gênesis 2:17; 3:1-7.
15 Portanto, o cristão, para evitar o desvio da fé, deve precaver-se contra a falta de fé, “o pecado que facilmente nos enlaça”, e deve correr “com perseverança a carreira que se nos apresenta”. (Heb. 12:1; 3:12, 19) Paulo nos dá o seguinte conselho: “Persisti em examinar se estais na fé, persisti em provar o que vós mesmos sois.” (2 Cor. 13:5) Paulo não nos convida a ter dúvidas sobre a “fé”, mas a questionar a nós mesmos, para ver se vivemos à altura da fé, ou não. Tal exame honesto de nós mesmos deve encher-nos de modéstia e humildade, protegendo-nos assim contra o espírito independente e a presunção do apóstata.
16. (a) Que outra armadilha devemos evitar? (b) Que lição dupla podemos aprender dos judeus bereanos?
16 Para evitar-nos desviar-nos da fé, precisamos também precaver-nos contra a ingratidão. Devemos ser gratos pelo abundante alimento espiritual que recebemos por meio do “escravo fiel e discreto”. (Mat. 24:45) Isto não significa que não devamos convencer-nos das coisas, ao passo que prosseguimos avançando. Neste respeito, podemos aprender uma lição dupla dos judeus bereanos. Para certificar-se. eles ‘examinavam cuidadosamente as Escrituras, cada dia, quanto a se estas coisas eram assim’, mas, eram também ‘de mentalidade nobre’, porque “recebiam a palavra [que Lhes foi pregada por Paulo e Silas] com o maior anelo mental”. — Atos 17:11.
17, 18. O que devemos ser capazes de distinguir, e que conselho dá Paulo sobre isso?
17 Tal anelo grato de aprender nos ajudará a cultivar amor e a obter conhecimento exato, junto com pleno discernimento. Essas qualidades cristãs, por sua vez, nos habilitarão a diferenciar as coisas de maior importância daquelas de menor importância. Será que certo ponto, que temos dificuldade de entender, é realmente importante? Afeta as coisas realmente importantes que aprendemos com a ajuda da classe do “escravo”? Vale a pena tropeçar e talvez fazer outros tropeçar? Impede-nos isso de produzir frutos cristãos?
18 Paulo aconselha-nos: “Isto é o que continuo a orar: que o vosso amor abunde ainda mais e mais com conhecimento exato e pleno discernimento; que vos certifiqueis das coisas mais importantes, para que sejais sem defeito e não façais outros tropeçar, até o dia de Cristo, e estejais cheios de fruto justo, que é por intermédio de Jesus Cristo, para a glória e o louvor de Deus.” — Fil. 1:9-11.
‘Arrebatar do Fogo os Que Duvidam’
19. (a) Que distinção adicional precisa ser feita? (b) Que conselho edificante, adicional, dá Judas?
19 Visto que fomos advertidos de que ‘alguns se desviariam da fé’, devemos estar prontos para travar “uma luta árdua pela fé que de uma vez para sempre foi entregue aos santos”. (1 Tim. 4:1; Judas 3) Mas, precisa-se fazer uma distinção entre os apóstatas perturbadores, mencionados em 2 Pedro, capítulo 2, e os cristãos que ficam fracos na fé e que têm dúvidas pela falta de conhecimento exato. Judas faz esta distinção. Depois de advertir contra “resmungadores, queixosos”, que “admiram personalidades”, e contra “ridicularizadores”, que “são os que fazem separações”, ele diz: “Mantende-vos no amor de Deus, ao passo que aguardais a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo, visando a vida eterna. Continuai, também, a mostrar misericórdia para com alguns que têm dúvidas; salvei-os por arrebatá-los do fogo.” — Judas 16-23.
20. Como se deve ajudar os que têm dúvidas, mas o que faremos se eles recusarem ajuda e ‘se desviarem da fé’?
20 Sim, a esses que duvidam é preciso mostrar que estão em perigo de ser consumidos por dúvidas destrutivas. Seus irmãos cristãos, e especialmente os anciãos, devem esforçar-se a ajudá-los, e, se de todo possível, arrebatá-los do “fogo” que poderia destruí-los espiritualmente. Quanto aos que recusam tal ajuda paciente e amorosa, e que realmente ‘se desviam da fé’, não devemos ficar indevidamente perturbados. Diremos, junto com o apóstolo João: “Saíram do nosso meio, mas não eram dos nossos; pois, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco. — 1 João 2:19.
“Sólidos na Fé” Até o Fim
21, 22. (a) Que exortação faz Pedro para permanecermos fortes na fé? (b) O que precisam continuar a fazer os israelitas espirituais e a “grande multidão”, se quiserem realizar suas respectivas esperanças?
21 Não pode haver dúvida de que Satanás gostaria de ver todos nós ‘desviar-nos da fé’ Por isso, Pedro aconselha-nos:
“Tomai vossa posição contra ele, sólidos na fé, sabendo que as mesmas coisas, em matéria de sofrimentos, estão sendo efetuadas na associação inteira dos vossos irmãos no mundo. Porém, depois de terdes sofrido por um pouco, o próprio Deus de toda a benignidade imerecida, que vos chamou a sua eterna glória em união com Cristo, completará o vosso treinamento; ele vos fará firmes ele vos fará fortes.” — 1 Ped. 5:8-10.
Sim, os que são do Israel espiritual, que foram chamados para reinar com Cristo em “glória eterna”, precisam permanecer fiéis na “hora da prova”, se quiserem que ‘ninguém tome a sua coroa’. — 2 Tim. 2:10: Rev. 3:10, 11.
22 Seus companheiros, os membros da “grande multidão”, também reconhecem que precisam permanecer “sólidos na fé”, se quiserem ‘sair da grande tribulação’. (Rev. 7:9, 10, 14) Ambos, estes cristãos que têm esperança celestial, e seus companheiros, cuja esperança é viver para sempre no paraíso restabelecido na terra, estão decididos a continuar pregando fielmente “estas boas novas do reino”. (Mat. 24:14) A excelente expansão em muitas partes do mundo, até este ano de 1981, é para eles prova de que a bênção de Jeová está sobre a sua organização, e que ainda há trabalho a fazer. Por isso, acatam o conselho de Paulo: “Não desistamos de fazer aquilo que é excelente, pois ceifaremos na época devida, se não desfalecermos.” — Gál. 6:8, 9.
23. O que dá a todos nós forte encorajamento para permanecermos “sólidos na fé”?
23 Ao passo que vemos as coisas preditas para “os últimos dias” ocorrerem diante dos nossos próprios olhos, temos forte confiança em que a “grande tribulação” e a aurora da nova ordem justa de Deus são iminentes. As maravilhosas bênçãos que nos aguardam, quer no céu, quer no paraíso terrestre, dão-nos “forte encorajamento” para permanecermos “sólidos na fé” até o fim, a fim de ‘nos apegarmos à esperança que se nos apresenta’ — Heb. 6:17-19.
[Foto na página 21]
“Salvai-os por arrebatá-los do fogo.”
[Quadros na página 19]
Como a apostasia deve ser tratada

Há cerca de dois anos venho lutando contra um dos sofismas surgido na igreja evangélica chamado: APOSTASIA.
Sei que existe apostasia e que nos últimos dias ela tende a se intensificar, mas o que temos visto em muitos lugares nos dias de hoje é uma completa falta de compromisso dos líderes com suas ovelhas, alegando qualquer causa como apóstata, apenas para se eximirem da responsabilidade do cuidado.
Se um irmão começa a faltar ao culto é apóstata. Se outro se sente enfraquecido na fé é apóstata também. Não se dão mais ao trabalho de irem atrás da ovelha perdida, porque afinal, cuidar dá muito trabalho.
Quero definir aqui, na minha humilde opinião, o que considero ser apostasia e como ela deve ser tratada nos dias de hoje:
"uma ovelha se ausenta do rebanho. O pastor vai atrás, ora, jejua, conversa, aconselha, liga, insiste, visita. Se esgotado todos os métodos e forças para a salvação desta e visto que realmente ela deixou de crer, então o pastor quando aos pés do Senhor lhe pergunta: "PAI, ONDE EU ERREI?" Calmamente o Senhor lhe responde: "FILHO, NÃO ERRASTE, ELA PREFERIU O MUNDO A MIM!"
Apostasia é a palavra que o SENHOR inventou para acalentar o coração de um pastor que fez de tudo pela sua ovelha e esta optou por não voltar ao aprisco.
Mas não é isto que temos visto por aí. Já vi o absurdo de líderes dizerem que não vão atrás de membros porque se quis sair da igreja é problema dele e sequer um telefonema ser dado. Isso não é apostasia, isso é não querer ter trabalho com pessoas.
Uma igreja que não gera filhos espirituais é porque não tem pais espirituais.
Fico preocupado quando vejo uma igreja onde não há conversão e quando esta acontece não existe um acompanhamento dos novos membros. Se nós que somos antigos na igreja muitas vezes precisamos de cuidados, imagina um bebê espiritual, recém convertido. Ele não sabe fazer nada além de chorar. Os bebês choram, reclamam, levam tombos, isso faz parte do crescimento. Como pais espirituais devemos zelar para que o nosso fruto permaneça.
Nesta semana ouvi uma das orações mais bonitas da minha vida. Um pastor foi ao altar da igreja e ao clamar a Deus pelos perdidos, pediu perdão por todos aqueles que passaram pela igreja e que por algum motivo saíram e ele não foi atrás para trazer de volta. Isso me emocionou! Esse pastor entendeu o sentido de paternidade espiritual. Ele criará o rebanho como filhos e, estes ao se tornarem adultos gerarão mais filhos saudáveis que continuarão o ciclo.
Para que o fruto permaneça.
Levar uma pessoas a Jesus exige esforço, mas muito mais esforço e dedicação se faz necessário ao caminhar com ela até o dia em que ela puder caminhar sozinha.
Não use a apostasia para justificar sua preguiça em trabalhar para o Reino, antes volte para Jesus, seja filho dEle e aprenda com Ele a gerar filhos e filhos que permaneçam.
Na paz dAquele que nos ensinou o caminho do cuidado e do amor,
APóSTATA!

António Madaleno

Excerto

PREFÁCIO
Uma religião na encruzilhada da modernidade
Nascidas no continente norte-americano religiosamente efervescente de finais do século XIX, as Testemunhas de Jeová sempre marcaram a sua doutrina por um radical afastamento ao mundo, por uma negação de qualquer relação com ele, demonizando-o e vendo tudo aquilo a que comummente chamamos modernidade como demoníaco. Esta repulsa face à sociedade, à política, à cultura e a todos os grupos humanos que não fossem da sua religião levou a que se criassem imagens e estereótipos muito bem definidos pela cultura popular e pelo senso comum.
Nessa visão popular, as Testemunhas de Jeová são os indivíduos que andam de porta em porta tentando apresentar a sua fé, são os que não cumprem o serviço militar, são os que abandonam os familiares que se afastam da «religião», são os que previram o fim do mundo e… não acabou, são os que preferem morrer a fazer uma transfusão de sangue. Estas são algumas das mais fortes e transversais ideias feitas sobre as Testemunhas de Jeová. E são em grande medida correctas, estas visões populares — se bem que, como em tudo o que queiramos que seja científico ou minimamente honesto, não explicam ou retratam a totalidade da realidade das Testemunhas de Jeová, tomando o todo pelas partes.
Mas, com todos os cuidados a que as generalizações obrigam, a recusa do chamado mundo moderno é um dos universos de afirmação mais interessantes desta religião. Tal como as suas doutrinas se encontram assentes num literalismo bíblico que nega qualquer entrada da ciência na explicação da origem do mundo, da mesma forma a sociedade em nada pode beliscar a teocracia institucional para a qual o mundo corre, mesmo sem o saber.
O fechamento face à sociedade e o afastamento da cultura e da política encerram os seus membros em dinâmicas que pouco ou nada deixam fora do grupo. Sendo uma identidade que se marca pela afirmação da negatividade de tudo o que lhe é externo, a redução desses contactos é o desejo mais premente para não pôr em causa uma futura salvação.
Essa negação do mundo conduziu as doutrinas desta religião a dois pontos de difícil retorno. Por um lado, a sua recusa do mundo é tão central que tudo na vida dos fiéis gira em torno do fim desta realidade, que está próximo. Por outro, recuperaram
"Silêncio". A recusa do sofrimento ou um convite à reflexão?

A Renascença falou com um colunista católico, com um jesuíta e com um especialista em Shusaku Endo sobre a última obra de Scorsese. Será que “Silêncio” é uma justificação da renúncia da fé? As respostas foram “sim”, “não” e “mais ou menos”.
"Silêncio", o nova longa-metragem de Martin Scorsese, que estreia esta quinta-feira, conta a história de dois padres jesuítas do século XVII que viajam de Portugal para o Japão para espalhar o cristianismo e da perseguição a que os cristãos foram alvo. O filme tem gerado muita controvérsia, tal como fez o livro original de Shusaku Endo, publicado em 1966. Em causa está o facto de algumas das personagens centrais da obra renunciarem à sua fé sob pressão das autoridades, enquanto outros se deixam matar por essa mesma religião. Há quem defenda que o livro é um exercício de justificação da apostasia, a renúncia da fé.
Será? Brad Miner não tem dúvidas. “É sim”.
O colunista do site americano "The Catholic Thing", que tratou “Silêncio” num artigo recente, explica. “Não diria que Scorsese está a tomar uma posição em particular sobre a apostasia enquanto virtude, mas penso que ele não acredita que o martírio é uma virtude, que o martírio serve a causa de Cristo”.
“Por isso, a apostasia, nas palavras de uma das personagens – tanto no filme como no livro – é vista como um acto de amor. É o que Cristo faria. E eu penso que isso é claramente desmentido pela história real, em que houve tantos mártires, no Japão e noutros lados, que deram a sua vida por Cristo, que sentiam que o permanecer na fé, não obstante o enorme sofrimento".
O padre José Maria Brito, director do gabinete de comunicação dos jesuítas, ordem a que pertencem os missionários retratados na obra, discorda. Acredita que “Silêncio” é um convite a reflectir sobre por onde passa, verdadeiramente, a fidelidade.
Os japoneses rapidamente aprenderam que era um erro pedir aos cristãos para renunciarem a fé apenas para salvar a vida, uma vez que isso parecia torná-los mais resilientes e os martírios geravam ainda mais conversões. Optaram então por outra técnica, procurando convencer padres e altas figuras da Igreja a renunciarem à sua fé publicamente não para salvar a sua vida, mas a de outros cristãos, sujeitos às mais terríveis torturas.
“Nesse sentido não é um filme que nos dá uma resposta óbvia. Percebe-se que não é o facto de se temer o sofrimento que faz com que se opte pela aparente apostasia, mas sim o desejo de expressar compaixão por pessoas muito concretas, pela comunidade que lhes tinha sido confiada”, afirma.
O sacerdote jesuíta lembra que o martírio era à época – e em larga medida ainda é – uma forma segura de garantir uma coroa de glória aos olhos da Igreja e da cristandade em geral. A apostasia, por outro lado, mesmo que coagida, era causa de tremenda vergonha. As duas personagens principais do filme partem para o Japão precisamente para tentar desmentir os rumores de que o seu mentor, o padre Ferreira, tinha renunciado à fé.
“Parece-me que de facto não é uma justificação da apostasia, mas sim o fazer-nos perceber que muitas vezes aquilo que nos é pedido pode ser contrário ao que nos parece mais lógico e até mais conforme ao que é a proposta cristã”, diz.
“Isso é o que me parece mais interessante no filme, mais desafiador, o que é realmente levar a nossa fé ao ponto de termos de tomar decisões que não são óbvias, mas em que procuramos a maior fidelidade possível daquilo que nos parece ser, naquele momento concreto, aquilo que Deus nos pede e o filme dá-nos um bocado essa indicação”, considera José Maria Brito.
Apostasia ou conversão?
“Silêncio” é um filme de excelência, baseado num livro que é considerado um clássico da literatura, pelo que é natural que deixe mais perguntas do que respostas na mente de quem vê e lê. Mas será possível saber qual era a opinião de Shusaku Endo, autor do livro?
A Renascença conversou com o padre Adelino Ascenso, superior dos missionários da Boa Nova, que passou mais de uma década no Japão e fez a sua tese de doutoramento precisamente sobre os aspectos teológicos da obra de Endo. Afinal, em “Silêncio”, Endo está a defender a apostasia?
“De forma nenhuma. Endo foi acusado precisamente de defender a apostasia, quando publicou o livro em 1966. E houve até algumas dioceses onde os prelados não permitiram a leitura desse livro aos católicos, ou aconselharam a que não lessem. Eu creio que foi uma interpretação errada da mensagem que o Endo quis transmitir.”
A questão só se compreende, explica o padre Adelino, se entendermos a grande preocupação de Endo – que foi baptizado aos 12 anos e sentia uma forte tensão entre a sua fé “estrangeira” e a sua herança oriental – pela inculturação, isto é, a adaptação da mensagem cristã e mais especificamente da imagem de Deus e de Jesus, à realidade e sensibilidades japonesas.
“O Deus-Pai, que foi naturalmente transmitido aos japoneses, eles sentiam-no como um juiz – não quer dizer que fosse. Um juiz que estava ali para apontar as suas faltas. O Japão no século XVI era um país miserável, feudal, a esmagadora maioria da população vivia na miséria. E o que eles necessitavam era como que o instinto maternal que os amparasse, que os acompanhasse, que lhes perdoasse as faltas”, explica o padre Adelino, reconhecendo todavia que este dilema interior de Endo pode não ser generalizável a todos os japoneses, nem ontem nem hoje, até porque milhares e milhares de cristãos preferiram morrer a negar esse Deus que os missionários lhes tinham trazido.
"Mas o seu conhecimento de Endo leva-o a concluir que a apostasia de Sebastião Rodrigues, ponto culminante do filme, não pode ser levada à letra. “O que é que o Rodrigues apostatou? Foi o verdadeiro Cristo? Ou foi a imagem estereotipada de Cristo que ele levava do Ocidente? Repare que no início Rodrigues tinha uma imagem de Cristo vigoroso, forte, valente, corajoso, poderoso. Depois, quando estava na prisão em Nagasaki, esse Cristo começou a ser um Cristo sofredor, de olhos tristes, e finalmente, quando está para pisar a imagem [sinal público de apostasia], olha para o Cristo e é um Cristo desfeito, de sofrimento.”
“Ao longo da sua peregrinação ele foi-se libertando dessa imagem estereotipada de um Cristo ocidental. Então ele, dizendo assim de uma forma sintética, ele apostatou um Cristo poderoso, que tinha trazido da Europa, um Cristo ocidental, e aceitou no seu coração o Cristo misericordioso.”
"Se fizermos interpretações precipitadas, ficamos na superfície”
Mesmo com a polémica que “Silêncio” gerou na altura, Endo acabou por merecer o reconhecimento não só da hierarquia local, como até da universal. Paulo VI recebeu-o em audiência e pediu-lhe que continuasse o seu trabalho de evangelização do Japão e o padre Adelino admite ter conhecido vários católicos no Japão que se aproximaram da Igreja por causa da sua obra literária, muita da qual se centra no cristianismo.
Tendo em conta tudo isto, e a variedade de reacções que o filme tem merecido, o que dizer a quem o pretende ir ver?
Responde o missionário que não tire conclusões precipitadas, "que reflicta". "Porque o livro deve levar-nos a reflectir. Se nós reflectirmos sobre o significado de tudo isto, então isso levar-nos-há muito longe. O que eu gostaria é que todos reflectíssemos a partir daí, porque se fizermos interpretações precipitadas, ficamos na superfície.”